Com a troca de Nelson Jobim por Celso Amorim no Ministério da Defesa, congressistas temem o retrocesso das negociações sobre a criação da Comissão da Verdade para investigar crimes da ditadura (1964-1985) e sobre o sigilo eterno de documentos.
Na base de apoio da presidente Dilma, há setores preocupados com a possibilidade de Amorim ser contra a abertura total dos documentos do período --como foi defendido pelo Itamaraty.
"Jobim estava na linha do acesso à história. E o Ministério das Relações Exteriores trabalha com o pé atrás sobre o acesso a fatos relacionados à defesa do país. Espero que o ministro pegue o sentimento do acesso total", disse o senador Walter Pinheiro (PT-BA).
Para a oposição, a escolha de Amorim prejudica as negociações com o Congresso diante do "viés esquerdista" do ministro.
"Jobim estava negociando, essa turma [do PT] já quis rever a Lei da Anistia", disse o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
Se ainda estivesse no cargo, Jobim teria encontro com a bancada do PSDB no Senado na terça-feira (9) para discutir a Comissão da Verdade.
Em defesa de Amorim, o presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Paulo Paim (PT-RS), disse que o ex-ministro vai manter o diálogo "com todos os setores" para que a comissão seja instalada.
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