Nas avaliações feitas entre setembro de 2019 e agosto de 2020 - com interrupção entre março e julho, por causa da pandemia, a qualidade de água ruim foi verificada em trechos que antes estavam no nível péssimo. No ano passado, o trecho considerado "morto", com água imprópria para uso ou vida aquática, foi de 163 quilômetros. Além disso, a qualidade da água melhorou em 94 quilômetros, atingindo a condição boa, um indicador que não era obtido há décadas.
Mas é importante destacar que um trecho de 44 quilômetros entre os municípios de São Paulo e Barueri, a partir da Ponte da Rodovia Anhanguera, não foi analisado este ano. Na série histórica, essa porção do rio costuma apresentar condição péssima, mas se for considerada ruim nesta avaliação a mancha teria uma extensão de 194 quilômetros. "Dessa vez, mesmo que fosse considerado o trecho inteiro, a condição estaria ruim, não péssima", diz Malu Ribeiro, gerente da SOS Mata Atlântica, que destaca o dado positivo na análise.
Para ela, essa melhora é reflexo do comportamento humano alterado pela pandemia. "As pessoas ficaram mais em casa, teve menos lixo na rua, que assim não foi para os rios, e houve menor pressão sobre os recursos hídricos por parte das atividades industriais e agronegócio. O consumo doméstico aumentou, mas, de forma geral, a pressão foi menor."
Um cenário inédito este ano é que a mancha de poluição ficou dividida em dois grandes trechos e dois menores. Um deles compreende a faixa entre Porto Feliz e Laranjal, que desde 2010 apresentava qualidade regular da água. Segundo Malu, isso é reflexo da abertura de barragens ou eclusas, que levou água ruim para essas regiões. "Se não fosse essa abertura em Laranjal, a mancha seria menor", afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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