"Teve um momento em que eu quis pegar a minha bolsa e as minhas cachorras e sair, voltar para a minha casa", disse Janja em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
"A caixinha estava pronta para eu entrar. A minha recusa é que criou toda essa série de questões sobre o meu posicionamento", afirmou Janja. "Eu nunca entrei na caixinha. Toda hora querem me empurrar para dentro da caixinha. E eu sempre digo 'ali, não. Não vou entrar nessa caixinha'", afirmou a primeira-dama.
Janja negou ter se "recolhido" da gestão após as críticas, prometeu dialogar com as mulheres na eventual campanha do marido à reeleição em 2026 e evitou críticas à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).
Para Janja, o momento mais agudo das críticas ocorreu quando integrantes da comitiva de Lula vazaram um mal-estar causado por ela ao se dirigir ao presidente chinês Xi Jinping. Janja queixou-se de receber críticas por ter abordado com o líder da China o mesmo assunto que, meses depois, seria tratado pelo influenciador Felipe Bressanim Pereira, o Felca.
"A gente teve o caso da menina de 8 anos que morreu cheirando desodorante. Eu falei sobre isso com o presidente Xi e a primeira-dama. Eu estava muito impactada com aquilo. E fui duramente criticada. Aí vem um menininho branco e bonitinho, todo certinho da internet, e fala que isso acontece. Aí valeu. Todo mundo se preocupou", disse.
Por outro lado, Janja elogiou a mobilização de Felca contra a exposição de menores em redes sociais. O Congresso aprovou o projeto de lei conhecido como "versão digital" do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) após a repercussão causada pelo vídeo do influenciador. O projeto aguarda sanção presidencial.
Sobre a gafe ao xingar Elon Musk em um painel paralelo à cúpula do G20, reconheceu precisar "ter muita responsabilidade" no que diz, mas voltou a afirmar que não se arrepende da ofensa. "Eu também erro. Mas sei que tenho que ter muita responsabilidade no que eu falo", disse a primeira-dama. "Eu já disse: não me arrependo do que falei, mas sim de aquilo ter deixado na sombra todo o trabalho que a gente fez no G20."
Janja negou ter se "recolhido" do governo. "Eu tenho trabalhado muito, andado muito e viajado muito. Tenho feito muitas reuniões", disse. A primeira-dama integrará a comitiva do governo brasileiro na COP30 em novembro.
Sobre a eventual candidatura de Lula à reeleição em 2026, afirmou que pretende atuar no diálogo com o segmento de mulheres e, em especial, com mulheres evangélicas.
"A minha disposição, desde o começo do governo, foi a de conversar com as mulheres. É uma pauta fundamental para mim", disse Janja, afirmando não ter nenhum tipo de "resistência" com o eleitorado evangélico.
Sobre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, cotada para disputar um cargo eletivo pelo PL no ano que vem, Janja afirmou "não estar preocupada" com a figura da mulher do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Michelle já chamou Lula de "pinguço", mas a esposa do petista afirmou que não rebaterá as críticas na mesma moeda. "Eu já disse que falo sem precisar xingar o marido de ninguém", afirmou.
Janja disse se sentir "no direito de proteger" Lula de ataques, embora presidente "não precise" da proteção. "Eu não vou deixar ninguém atacar ele, seja homem ou seja mulher. Dependendo do nível de ataque, é óbvio que eu vou me colocar", disse. "Eu espero que ela tenha ética para saber o papel que ela tem", afirmou Janja.
Como mostrou o Estadão, mesmo sem cargo no governo federal, Janja representou o Brasil em diversos eventos e cerimônias no exterior. O "time informal" da primeira-dama já custou mais de R$ 1,2 milhão aos cofres públicos, entre valores com translado e diárias.
(Com Agência Estado)
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