Com Orçamento inicial previsto de R$ 72,8 bilhões para o próximo ano, os comandantes das três Forças Armadas e um representante do Ministério da Defesa foram nesta quinta-feira (7) ao Congresso fazer um apelo por mais dinheiro.
Na tentativa de sensibilizar deputados e senadores e conseguir emendas parlamentares, os militares expuseram os principais programas afetados pela escassez de recursos e disseram que precisam de pelo menos R$ 5,8 bilhões adicionais para, por exemplo, garantir apoio ao pré-sal, comprar munição e tirar do solo mais da metade das aeronaves do Brasil.
A Marinha diz precisar de pelo menos R$ 2,15 bilhões adicionais para, principalmente, recuperar a capacidade de operação e assegurar apoio ao pré-sal
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A Aeronáutica quer pelo menos R$ 1,3 bilhão para ações como manutenção e combustível das aeronaves e construção de imóveis funcionais. A compra dos caças sequer foi citada durante a apresentação do responsável pelo Orçamento da Força Aérea.
Juntos, os pleitos das Forças apresentados aos deputados e senadores somam R$ 5,8 bilhões e são considerados o adicional mínimo necessário para continuar as operações. Os militares deixaram claro que o montante inicial solicitado chega a R$ 29 bilhões e esperam conseguir parte dos recursos por meio de emendas parlamentares.
A situação, contudo, parece de fato ser preocupante. Na apresentação da Aeronáutica, foi mostrado que 346 do total de 624 aeronaves estão paradas, sem condição de voo. Eles pleiteiam R$ 1,4 bilhão para manutenção e combustível, mas o Orçamento só previu R$ 1 bilhão para este fim.
O Exército disse que, sem adicional de recursos, não será possível usar todos os 9.500 novos carros que demandam gastos como emplacamento, combustível e peças.
Ari Matos Cardoso, secretário-geral do Ministério da Defesa, disse que é preciso criar mecanismo que assegure a alocação de recursos financeiros de forma continuada.No entanto, além do Orçamento frustrante para o próximo ano, Exército, Marinha e Aeronáutica também lidam com uma forte restrição de recursos este ano.
Por determinação do governo federal, que quer economizar cerca de R$ 40 bilhões até dezembro, Marinha, Exército, Aeronáutica e o Ministério da Defesa tiveram bloqueados R$ 4,2 bilhões. Os cortes na Defesa foram anunciados em duas etapas: R$ 3,6 bilhões em maio e R$ 919 milhões em julho. Desse total, a Defesa conseguiu reaver apenas R$ 400 milhões.
A Marinha, por exemplo, chegou a cogitar soluções radicais para cumprir a meta de economia imposta pela presidente Dilma Rousseff. No entanto, depois de anunciar num comunicado interno que iria reduzir a jornada de trabalho para cortar gastos e atender à imposição orçamentária do governo, a Marinha recuou da decisão de suspender o expediente às sextas-feiras.
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