Como mostrou o Estadão, a Rua dos Protestantes, via na região de Santa Ifigênia que abrigava o fluxo, tem ficado esvaziada pelo menos desde o último dia 10, um sábado.
Em contrapartida, pequenas concentrações de dependentes químicos podem ser observadas em outros pontos da região central, como a Praça Marechal Deodoro. A Prefeitura da cidade diz ter identificado a presença de usuários de drogas em ao menos 32 ruas do centro.
O secretário nega que tenha havido alguma determinação, por parte do governo do Estado, para dispersão dos usuários. "Não existe nenhuma orientação. Não existe, na prática, nenhum direcionamento nesse sentido. O que existe é um trabalho árduo e muito longo nessa gestão", afirmou.
Até o começo do mês, a Rua dos Protestantes reunia ao menos cerca de 150 usuários, segundo balanço oficial da Prefeitura. Agora, tudo que se vê por lá são viaturas da Guarda Civil Metropolitana (GCM) paradas nas extremidades, além de equipes de assistência social da Prefeitura.
Questionado pelo Estadão sobre a queda abrupta no número de usuários na via, Derrite atribuiu o esvaziamento que se vê por ali ao que define como uma priorização da região central de São Paulo pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Frisou ainda que a queda do fluxo já vinha ocorrendo há meses.
"Nós propusemos algumas ações da parte da Secretaria da Segurança Pública que trouxeram grandes resultados", diz. O secretário cita as operações Resgate, da Polícia Civil, e Impacto, da Polícia Militar. Além da operação do Ministério Público do Estado (MP-SP) que mirou uma rede de hotéis, cortiços e hospedarias que seriam usadas pelo tráfico na região.
"Não estou aqui para dizer que o problema está resolvido, é claro que não, mas (sobre) o diagnóstico de que nós estamos no caminho certo, eu não tenho dúvida nenhuma disso", disse. "E que esse problema grave da região central só pode ser resolvido de forma multidisciplinar, como está sendo. O grande trunfo do governador é justamente elencar o centro de São Paulo como prioridade."
Problema que está no Brasil todo
Apesar de registros de usuários em diferentes pontos do centro, o secretário afirmou ser "contrário a qualquer tipo de pulverização". "Acho que o que deu certo na região das cenas abertas de uso foi justamente o contrário: nós vínhamos de um modelo de pulverização, nós preferimos concentrar nessas regiões e, dentro dessa concentração na área central, realmente tratar, de maneira diferenciada, cada um com um remédio específico", disse.
Na última semana, a prefeitura de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, decidiu investigar as denúncias de que dependentes químicos da Cracolândia teriam sido levados para bairros da cidade. Houve também relatos de que haveria mais usuários, por exemplo, em bairros da zona leste.
Derrite nega, porém, que haja relação entre o possível crescimento de aglomerações em outros locais com o que se vê da Rua dos Protestantes. "Até entendo algum tipo de especulação ou até reclamação de cidades vizinhas ou de regiões periféricas, mas esse é um problema que está no Brasil todo", disse.
"Às vezes leio nas redes sociais: poxa, mas eu estou aqui - para falar da minha cidade natal - em Sorocaba, e, por esse trabalho que vocês estão fazendo, agora tem usuários de droga no bairro onde eu moro. Mas esse é um problema do Brasil e do mundo", acrescentou o secretário, que relembrou que o Brasil é considerado o segundo maior consumidor de cocaína do mundo.
(Com Agência Estado)
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