Considerando crianças com até seis meses de idade, a cobertura com a vacina pentavalente é de 90,2%, 13 pontos porcentuais acima do registrado em 2022 (77,2%).
Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 8, pelo Ministério da Saúde, que lançou o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais e anunciou a criação de uma plataforma para monitorar o cenário da doença no País.
A pasta lançou também a campanha "Um teste pode mudar tudo" para incentivar a população a obter o diagnóstico o mais rápido possível. A iniciativa é parte da mobilização do Julho Amarelo, mês de conscientização sobre as hepatites virais.
"Queremos que a população esteja alerta e procure o serviço de saúde para realizar sua testagem", afirmou Mario Gonzalez, coordenador geral de Vigilância em Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
Tipos de hepatite
Existem cinco tipos de hepatite viral - A, B,C, D e E - e a transmissão ocorre de diferentes formas:
- Hepatite A - Transmitida principalmente por alimentos, bebidas e água contaminados. Há vacina disponível no SUS.
- Hepatite B: Transmitida por relações sexuais sem uso de camisinha com pessoas infectadas; transmitida de mãe para filho na gestação, no parto ou na amamentação; ou pelo compartilhamento de objetos perfurocortantes, como agulhas e alicates de unha. Há vacina disponível no SUS.
- Hepatite C: Transmitida pelo contato com sangue contaminado, muitas vezes por meio do compartilhamento de objetos perfurocortantes. Não existe vacina para a hepatite C.
- Hepatite D: Só ocorre quando a pessoa já tem o vírus da hepatite B. A transmissão acontece a partir do contato com sangue contaminado e, em menor proporção, por fluidos corporais. Não há vacina específica para a doença.
- Hepatite E: É o tipo mais raro no Brasil. A transmissão ocorre por meio de água ou alimentos contaminados e em locais com saneamento precário. Também pode ocorrer por contato com sangue contaminado e por transmissão vertical (de mãe para filho).
Ao longo dos últimos 24 anos, foram 826.292 casos no País, segundo o governo. A maior prevalência é do tipo C, com 342.328 casos (41,5% do total). Em seguida, aparecem a hepatite B, com 302.351 casos (36,6%); a hepatite A, com 174.977 (21,2%); a hepatite D, com 4.722 (0,6%), e a hepatite E, com 1.914 (0,1%).
Entre 2014 e 2024, diz o boletim, as taxas de detecção de hepatite B no Brasil caíram 34,6%, passando de 8,1 para 5,3 casos a cada 100 mil habitantes. Mais da metade dos casos da doença são transmitidos sexualmente, mas ainda há contaminação pelo compartilhamento de objetos e casos de transmissão de mãe para filho.
"Assim como comemoramos um mês atrás termos eliminado a transmissão vertical pelo HIV, que a gente consiga eliminar a transmissão vertical da hepatite B", disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no evento de divulgação dos dados.
A pasta informou que, de 2014 a 2024, houve uma queda de 55% na detecção da doença em gestantes e de 38% nos casos em menores de 5 anos, indicando o declínio da transmissão vertical da doença.
Padilha destacou ainda a existência da rede de cuidados voltada para as hepatites e reforçou o incentivo à testagem. "Temos vacinas, testes, orientações claras de como se infecta para as várias hepatites virais", disse ele, reforçando a importância dessas informações chegarem à população.
Sintomas
As hepatites virais são infecções que atingem o fígado. Na maioria das vezes, a pessoa infectada não apresenta sintomas, mas, quando estes surgem, incluem cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
(Com Agência Estado)
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