O largo fica a menos de 200 metros da sede da Secretaria de Segurança do Estado. Diretor da Faculdade do Largo do São Francisco, Celso Campilongo afirma que, após a retomada das aulas presenciais, casos de assaltos foram registrados nos arredores do prédio. Para a estudante do último ano do curso Letícia Chagas, os casos ocorrem com frequência muito maior agora.
Ambos relatam o aumento da quantidade de pessoas vivendo em situação de rua próxima dali. Campilongo adiciona ainda o "grande número" de estabelecimentos comerciais no centro fechados durante a pandemia.
O diretor cita o diálogo diário e constante com a presidência do Centro Acadêmico XI de Agosto, entidade de representação estudantil do curso. "Mais do que isso: tem ajudado bastante na busca e encaminhamento de soluções que, muitas vezes, vão além das competências da Diretoria da Faculdade."
Campilongo elenca: junto com representantes estudantis, visitou o comandante de Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento do centro. Segundo ele, tanto a Guarda Municipal quanto a Guarda Universitária têm ajudado no policiamento na área das Arcadas.
Ele cita ainda ter feito gestões junto ao Metrô para manter aberta até às 23h30min a Estação Anhangabaú, mais próxima da Faculdade e de onde saem mais relatos de assaltos. "Não tem faltado empenho e colaboração desses órgãos."
Porém, complementa: "Apesar de todas as medidas adotadas, há registro de casos de assaltos tanto durante o dia quanto à noite. Por isso mesmo, foram solicitados reforços no policiamento, quer à PM quer à Guarda da própria USP."
A líder estudantil Letícia Chagas garante o envio de ofícios ao governo do Estado e à Prefeitura de São Paulo na tentativa de garantir mais iluminação e também uma política pública às pessoas vivendo em situação de rua nas proximidades. "É uma via de mão dupla: precisamos auxiliar essa população, que sequer tem o que comer, e garantir a segurança dos alunos."
Um desafio, diz a universitária, é fazer um debate sem cair na proposição de políticas "racistas" e "higienistas" para as Arcadas.
Em nota, a Secretaria da Segurança disse que as ações de policiamento preventivo e ostensivo na região do Largo São Francisco serão intensificadas. "Desde o início do ano, mais de 50 criminosos já foram presos na região da Sé (1ºDP). As forças de segurança mantêm programas específicos de policiamento pela área, com o emprego de efetivo em viaturas em motos, carros e patrulhamento a pé".
Especificamente no entorno da universidade, acrescentou a pasta, mais de 330 pessoas já foram abordadas pelas forças policiais. "Paralelamente a esse trabalho, desde a última segunda-feira, as polícias Civil, Militar e a Guarda Civil Metropolitana realizam a Operação Capital Mais Segura para combater roubos e furtos, em especial os cometidos com o uso de motos. Até o momento 16 criminosos já foram presos e 43 motocicletas apreendidas."
(Com Agência Estado)
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