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No ano passado, um mutirão semelhante atendeu 40 pacientes escalpelados no estado do Pará |
Aproximadamente 60 mulheres, homens e crianças vítimas de escalpelamento no Amapá serão beneficiados por um mutirão de cirurgias reconstrutoras que começa hoje (11). Ao todo, 41 voluntários entre cirurgiões, residentes e anestesistas participam da ação, que vai até amanhã (12).
Em entrevista, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Luciano Ornelas Chaves, explicou que o escalpelamento é uma lesão considerada grave porque as vítimas têm o couro cabeludo, as orelhas e outras partes do rosto arrancados total ou parcialmente. Os acidentes acontecem em embarcações artesanais que têm o motor descoberto e localizado no centro para ajudar no equilíbrio. Quando mulheres, homens ou crianças de cabelos longos se abaixam para tirar água do fundo do barco, os fios se enroscam no eixo e ocorrem as mutilações.
“Sem dúvida é um grave problema não só no Amapá, mas em toda a região amazônica”, disse. É a primeira vez que o estado recebe um mutirão de cirurgias reparadoras desse tipo. A estimativa é que, apenas no Amapá, 120 pessoas tenham sido escalpeladas e aguardem tratamento.
De acordo com Chaves, as cirurgias são feitas em duas etapas. Na primeira, é colocada uma prótese expansora do couro cabeludo. Sessenta dias depois, a equipe de voluntários deverá retornar ao estado para fazer a retirada da prótese.
No ano passado, um mutirão semelhante atendeu 40 pacientes escalpelados no estado do Pará, que já registrou cinco acidentes apenas entre janeiro e fevereiro deste ano.
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