Ao passar pela Avenida da FEB em Várzea Grande não há como não assistir um espetáculo inédito, intrigante, frustrante ou mesmo revoltante para a grande maioria dos cuiabanos, várzea-grandenses, mato-grossenses, e até para outros brasileiros.
Uma obra cantada em proza e versos como moderna, bela e que colocaria nossa capital e VG, em destaque na região Centro Oeste, traria valorização, atrairia turistas, enfim nos colocaria no patamar de metrópoles de 1º mundo, após receber mais de um bilhão de investimentos, está sendo totalmente destruída.
Sob os ruídos ensurdecedores de grandes máquinas demolidoras, uma pista de via dupla com vários Km em concreto e trilhos especiais, com rede de alimentação elétrica, estação para embarque e desembarque, praticamente prontas, sendo totalmente demolida, antes mesmo de ser utilizada.
Um sonho tão acalentado que se desmancha no ar.
Tamanha atrocidade, a destruição uma obra bilionária antes mesmo de ser utilizada por parte do atual governador que se diz grande e evoluído gestor, tem como justificativa que o VLT fora um projeto inadequado e o certo é colocar em seu lugar um BRT. Porém, antes de chegar ao governo, em sua campanha havia prometido concluir a obra inacabada.
Como o atual governador chegou a essa conclusão até agora não está bem explicado, tampouco entendido ou absolvido pela grande maioria da população.
São vários os fatores:
1º - se deveria ser VLT ou BRT, essa discussão ficou prejudicada, porque já fora feita e a decisão pelas autoridades competentes foi tomada há cerca de 10 anos.
2º - Já foram aplicados na obra mais de 1 bilhão de recursos públicos, inclusive inúmeros prejuízos à população que transita ou comercializa no local, inclusive falências de comerciantes e empresários. E os 40 trens do VLT, com 7 vagões cada, já comprados, o que fazer com eles?
3º - O valor a ser gasto para demolir as obras já executadas e para construir o tal BRT, segundo entidades, deverá sair mais caro, mas até o momento o governador não esclareceu devidamente essa questão.
Em suma, o mais sensato, menos oneroso, de menor prazo para execução e menos traumático seria concluir o VLT, um meio de transporte mais moderno e que traria muito mais benefícios à Cuiabá, VG, e ao Estado de MT.
Porém uma outra coisa que intriga, porque não houve protestos ou manifestações contundentes da população?
Pesquisando sobre o porquê da devastação e até genocídio dos Yanomamis, contatei se tratar de um povo extremamente pacifico que mesmo diante da morte eminente, não reage. Aí me veio a dúvida; será que somos descendentes dos Yanomamis?
Mas como diz o dito popular “agora Inês é morta”.
O que vai ficar é a imensa frustração nos corações e mentes de cuiabanos, várzea-grandenses e muitos mato-grossenses que sonharam ter uma obra futurista e no final viram seus impostos serem mal aplicados, desviados e posteriormente atirados ao lixo.
Porém pior será o registro na história, as fotografias do descalabro, da construção de obra moderna e bilionária, depois a demolição antes mesmo de sua utilização.
(*) ALUISIO ARRUDA é Jornalista, Arquiteto e Urbanista, membro do PC do B-MT.
Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.
Antonio 28/02/2023
O governador está impondo uma decisão estapafúrdia sem consultar a população, sem um debate franco, sem audiências públicas, nada! Está cometendo um despropósito e jogando no lixo totalmente mais de um bilhão.
1 comentários