“Houve tiros... um jovem estava de pé apontando sobre a cabeça dele. Ele gritou: - não faça isso. E o gatilho foi puxado.” Ligaram do necrotério e identificaram que o corpo que estava era dele, seu único filho. O garoto que o matou tinha 16 anos e foi sentenciado a 25 anos de prisão. Passados 12 anos, a mãe da vítima decide perdoar o assassino do filho. Eles se encontram, se abraçam e compartilham com outras pessoas a respeito do perdão.
Essa é uma das histórias do filme “Perdoando o imperdoável”, que assisti na Viva em Aquarius, uma plataforma de streaming nacional que tem filmes e documentários sobre autoconhecimento, bem-estar, espiritualidade, ativismo e saúde mental, que conheci semana passada e recomendo a quem gosta desses assuntos.
Quem nunca, por muito menos, permitiu que um acontecimento desagradável gerasse uma ferida, tristeza, raiva, amargura, frustração ou mágoa, que pesasse no coração por horas, dias, meses e, até, ressentiu-se por anos?! E a primeira reação foi explodir, gritar, fazer o mesmo que a outra pessoa fez, não deixar ela se safar, falar mal dela, querer que todos a odeiem, se isolar, fugir dela pelo resto da vida?!
O remorso, a humilhação, a dor física, o fracasso, a rejeição, o limite, um “não” podem ser insuportáveis. Porém, abre o caminho para o perdão à medida que olhamos para os momentos de dor emocional e percebemos que eles foram o teste de fogo, que auxiliou a nos conhecer melhor, nos tornando mais fortes, maduros e resilientes. No filme, a mãe, em relação ao assassino do filho, foi de “ele era um animal, que merecia prisão perpétua” a “eu acabei de abraçar o homem que matou meu filho”.
o perdão chega quando se reconhece que nunca houve nada para perdoar
E como perdoar o imperdoável? Na visão sistêmica, Bert Hellinger afirmou que o perdão chega quando se reconhece que nunca houve nada para perdoar, e sim que havia algo para compreender. Ou seja, aceitar as dores emocionais, pensamentos ou sentimentos negativos, dar espaço, tempo, agradecer, encarar e aprender com eles. E, por fim, deixar eles irem, pois, quanto mais tentamos não vê-los, mais os ampliamos e arriscamos ficar presos neles. Também, é fundamental nos perdoar e abraçar aquela parte de nós que estava perdida, que se não fosse aquele sofrimento de outra forma não teríamos descoberto.
Além disso, quem nunca machucou, ficou bravo, perdeu a paciência, quebrou promessa, foi injusto, decepcionou, magoou alguém?! Se você for um monge tibetano escreva nos comentários, será uma honra saber a sua resposta. Pensarmos que somos melhores que as pessoas que nos feriram é ilusão. Estamos nos enganando, porque somos todos pecadores, só erramos de maneiras diferentes. Logo, entre nós e a pessoa que nos feriu não há nenhuma diferença.
Como diria Jesus, do alto da cruz, quando o povo gritava “crucifica-o!, crucifica-o!”, ao erguer Seus olhos para o céu e fazer a oração: “Pai, perdoa-lhes, porque eles não sabem o que fazem”. Ele perdoou o que era imperdoável.
A constelação familiar sistêmica é uma ferramenta terapêutica que auxilia a libertar a si e ao outro da mágoa, rancor, lembranças más, sentimentos feridos do passado e viver uma vida que vale ser vivida.
(*) BRUNA BERTHOLDO é Advogada e Terapeuta facilitadora em Constelação Sistêmica Familiar individual. Escreve para HiperNotícias às terças-feiras. Instagram: brunabertholdocf / E-mail: [email protected]
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Vilma Maria 05/07/2023
Cada vez que deparo com assunto que mexe e provoca reação comportamental no ser humano, logo penso \"só Jesus na causa \" !!! Como podemos resistir aos fardos que estão no nosso caminho, vindo na nossa direção?! De repente, sentimento de tristeza, raiva , dor, por situação vivida que nos fez perder a razão e fugiu do nosso controle. Tanto que acontece no relacionamento por motivo de abandono, traição etc. É muito triste quando percebemos que fomos enganados. Sem sombra de dúvida faz você reconhecer que tem alguma culpa por ter que passar por momento como esse ou uma provação. Recordo diante desse fato, Jesus mestre dos mestre, rei dos Reis, sofreu e venceu todas as sentenças. Acredito que quando temos a fé, e sabemos que temos um criador que nos dirige, sustenta, temos a esperança que passamos e vamos vencer quaisquer batalhas porque uma força sobrenatural age a nosso favor dia, após dia contribuindo para que compreendemos com paciência e humildade que somos feito a imagem e semelhança do Pai. Então vem o pensamento tentando convencer que aqui somos iguais, ninguém é melhor que o outro. Diante desse fato, recordo as palavras ditas por Jesus, sou o poder verdadeiro e real plena certeza que sois libertador daquele que teme. Liberto com a força do meu Deus, de onde vem a graça duradoura que frutifica para a vida eterna. Então entendemos que devemos perdoar até mesmo os inimigos. E me pergunto, quem somos nós a não perdoar o imperdoável? Tudo é questão de tempo e procurar ajuda. A conteslação dispõe a auxiliar para uma vida de bem com a prática da terapia valorização da vida para ser bem vivida. Bruna, cada vez mais seus artigos estão imperdíveis. Parabéns!!!!!
Lilian 04/07/2023
Maravilhoso????????????????????????
Daniela Paes de Barros 04/07/2023
Quem já sentiu remorso, sabe como é difícil se perdoar. Muito necessária essa reflexão.
Giorgia 04/07/2023
Que artigo maravilhoso...E que bela reflexão!
4 comentários