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Artigos Segunda-feira, 21 de Março de 2016, 08:47 - A | A

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Segunda-feira, 21 de Março de 2016, 08h:47 - A | A

Pequena história do futebol cuiabano

O futebol não vive sem os torcedores, e os clubes vivem das emoções torcedores

WILSON CARLOS FUÁH

Arquivo pessoal

Wilson Carlos Fuá

 

Nas tarde de domingo o Estádio Eurico Gaspar Dutra era o ponto de encontro dos torcedores cuiabanos, era o templo do futebol em Cuiabá antes do advento da construção do Verdão, os dirigentes eram amadores, sim,  mas extremamente apaixonados, honestos e sempre respeitando as tradições de suas agremiações.  

                 

E, para homenageá-los, vamos citar apenas os principais:  pelo Dom Bosco nos lembramos do eterno Presidente Joaquim  de Assis, pelo Mixto lembramos-nos do grande e inesquecível Professor Ranulfo Paes de Barros e pelo lado do Operário o Comendador Rubens dos Santos.  Cada um na sua forma de administrar e  de envolver com o clube e com a cidade, cada um ao seu jeito carregaram essas agremiações nas costas, mas deixaram suas contribuições para a história do futebol de Cuiabá.

                   

A história registra passagens importantes, onde cada Clube produzia uma forma de emoção e faziam com os torcedores apaixonassem cada vez mais por tudo que relacionava com o seu  clube, e a rotina não ficava só dentro das quatro linhas, pois envolvia o mundo do   misticismo, e nas proximidades dos clássicos, cada clube tinha o seu Pai de Santo: o Operário mandava buscar o Carrapato em Corumbá, e ele fazia aquelas oferendas de terreiros para derrotar os adversários, e no Mixto para não ficar para trás contratava o reforço espiritual do   Pai de Santo Noêmio,  que também fazia as suas mandingas e colocando as oferendas para fazer o seu time vencer e para prejudicar os adversários  colocava os nomes de jogadores na boca de sapo,  costurando-a e fincando  alfinetes no corpo do animal para que os jogadores contundissem;  era o mundo envolvente do futebol cuiabano.  

           

O futebol não vive sem os torcedores, e os clubes vivem das emoções torcedores e por isso, não podemos esquecer-nos dos grandes torcedores, que agitavam as bandeiras nas arquibancadas do Dutrinha, eles faziam parte do espetáculo e davam vida ao nosso futebol. 

               

Pelo lado do Dom Bosco  tinham como os seus grandes  torcedores:  Armindo Pipoqueiro; Henrique Palminha, Carlinhos Iéié, e lá no último degrau da arquibancada do Dutrinha, víamos o famoso Professor João Crisóstemo andando nervosamente de um lado para o outro, suspendendo as calças e penteando os cabelos respirando fundo, e não podemos esquecer também do Mexidinha,  os torcedores diziam para ele assim: “mexe ai mexidinha, e ele mexia o corpo inteiro”. 

               

Pelo lado do Clube Operário, fica a lembrança  dos torcedores símbolos como:  o grande  Zarour que aos gritos incentivava o tricolor da fronteira; Dona Mariana na sua inigualável agitação e amor ao Clube  e Calazans com o seu grito tradicional – “ vamos Opeeeeeeeeeeerário”. 

                   

E,  pelo lado Mixto tinham as figuras de “Chincharrinha”, a grande torcedora “Nhá Barbina” com aquela enorme  bandeira alvinegra a tremular e com aquela voz rouca, soltava os gritos pelo seu time do coração: Mixto, Mixto, Mixto. 

 

Nas tarde de domingo o Dutrinha ficava lotado, tinha até torcedores que assistia os jogos dependurado nos muros, era paixão pura,  era emoção que nascia no fundo das  almas dos torcedores, e era uma rivalidade sadia, sem violência, tanto é que ninguém saia ferido, ao fim dos jogos  vinham somente as dores de cabeça pelas derrotas e as alegrias pelas vitórias, e tinha a Equipe da Peteca, sob o comando do mais laureado narrador esportivo, o grande  Ivo de Almeida, que sabia promover os jogos, e passa a semana inteira gritando nos microfones :  alô, alô, Areão, Lixeira e Baú: Mixto chamannnnnnnndo;  alô; alô; alô  Capela do Pisarão, Engordador, Manga e Cristo Rei: Operário chamannnnnndo.

 

Ficam aqui, apenas os registros das passagens de uma era emocionante do futebol cuiabano, por que hoje, apesar da construção da linda  Arena Pantanal, o que vemos é uma estrutura de luxo para um pobre futebol, e com as  sequencias de administrações ridículas e péssimos gerenciamentos, conseguiram apequenaram o nosso futebol, com a ressalva do Cuiabá Esporte Clube, que vem  carregando o futebol cuiabano  nas costas e transformou na esperança e alento para que os outros clubes possam crescer e em enquanto esse Clube que trás o nome desta cidade existir, o futebol cuiabano não morrerá. 

 

E fica aqui nossa homenagem póstuma com a morte do seu fundador,  o ex-jogador Luiz Carlos Toffoli, o Gaúcho, um dos fundadores do Cuiabá Esporte Clube, que morreu nesta quinta-feira (17) vítima de um câncer de próstata, aos 52 anos. Foi  também, ex-jogador do Palmeiras e do Flamengo. 

 

*WILSON CARLOS FUÁH é economista, especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas.

           

 

 

 

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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