Mayke Toscano |
Muito do que Isác escreveu, teve destino idêntico ao que produziram muito de seus compatriotas. Mas, sempre fica alguma coisa que espelha a personalidade do homem e atesta seu talento.
Glicério, devido a dificuldades financeiras por aqui, levou a família para residir em São Paulo, mais especificamente na cidade de Marília onde construiu um colégio que posteriormente seria a célula mater da Universidade de Marília.
Nilo teve sua vida inteira dedicada ao magistério, fora Advogado provisionado, funcionário público, historiador, Jornalista e Professor de Literatura Brasileira.
A trinta de abril de 1931, ingressava na Academia Mato-grossense de Letras na cadeira numero 14.
Foi um dos mais conceituados professores da Língua Portuguesa e um excelente educador (aquele que forma o cidadão para conviver em sociedade, para cumprir com seus deveres cívicos, respeitando as leis e aos interesses da coletividade”. A família sempre viveu regada de diplomas e medalhas, insuficientes para saldar os compromissos financeiros da mesma, porem, alicerce de uma dinastia.
São minhas as palavras abaixo sobre meu bisavô Pedro Póvoas.
Tinha a família Póvoas à beira do Rio Cuiabá no bairro do Porto, um pequeno comércio, que lhe dava sustentação financeira.
Nessa época nosso comércio devido à falta de estradas, era com a Bolívia ou Paraguai, mais difícil. Saia o velho Pedro com alguns de seus empregados em um batelão sem motor, movido a zinga (pedaços de pau com os quais os empregados empurravam o barco) com destino a Corumbá para fazer compras de reposição. Numa dessas viagens, com o batelão ancorado no porto de Corumbá os Paraguaios invadem a cidade começando a Guerra do Paraguai. O batelão já estava cheio de compras e pronto para retornar para Cuiabá, quando os irmãos brasileiros fugindo da morte, invadem o barco. O velho Pedro sem alternativa para se esconder dos possantes barcos paraguaios, entra em uma das baias do pantanal e com seus mantimentos alimenta muita gente por vários dias. Sem ouvir o barulho dos motores dos barcos paraguaios, sente meu bisavô segurança para sair da baia, pega o canal do rio e trás todo mundo para Cuiabá.
No Rio de Janeiro, D. Pedro sabendo desta façanha, outorga a Pedro Fernandes Póvoas a patente de Major do Exercito Brasileiro, condecora-o com a Comenda Cavaleiro da Ordem da Rosa (a mais alta comenda do Império, hoje em meu poder), e nomeia-o Comandante do Arsenal de Guerra, hoje conhecido como SESC Arsenal.
Pouca gente ou quase ninguém conhece essa história sobre o hoje, SESC Arsenal.
Tentei por três ou quatro vezes ser recebido pelo Imperador do SESC neste estado por vários anos, para tentar contar a ele esta história e fazer com que o SESC transfira para os visitantes e estudantes que ali frequentam, esta página bonita da nossa história. Minhas tentativas foram em vão. Nas quatro vezes que procurei o “Imperador” recebi de suas secretarias recado de que ele se encontrava ocupadíssimo e não poderia me receber. Nunca mais me deu retorno.
Tal qual o império Romano, estarei ansiosamente esperando a caída do “Imperador” cuiabano, para talvez, com nova direção e Imperador novo, consiga que estes fatos sejam de conhecimento dos nossos jovens, pois caso contrário continuarão eles a pensar que foi o SESC através de seu Imperador Mor, o construtor daquela obra magnifica!
Governador Pedro Taques, cuiabano, com bagagem intelectual um pouco maior que alguns, sabedor destas páginas escritas com muita bravura e sofrimento por nossos ancestrais, saberá com certeza, cuidar do passado deste brioso e batalhador povo, sem nenhuma dúvida!
*EDUARDO PÓVOAS é odontólogo pós graduado pela UFRJ
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