| Marcos Lopes/HiperNotícias |
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Nas minhas últimas andanças por Cáceres pude verificar algumas das dificuldades que o município atravessa. Uma em especial, contudo, me chamou a atenção.
No bairro Vila Real, um conjunto habitacional formado por 490 casas, todas prontas há mais de um ano, está abandonado.
O empreendimento faz parte do Programa Minha Casa Minha Vida e custou aos cofres públicos aproximadamente R$ 19 milhões.
As famílias já foram selecionadas para residir nos imóveis, porém, estão impedidas de se mudar pelo fato do conjunto habitacional não possuir rede de esgoto ou sistema de tratamento de água.
A prefeitura diz que o problema é do governo e o governo, o contrário. Enquanto o jogo de empurra-empurra continua, o imbróglio fica longe de uma solução.
Minha trajetória nos movimentos sociais teve início na Pastoral da Juventude e nas causas comunitárias. Fui presidente da Associação de Moradores do Parque Cuiabá, período em que a questão da moradia já se apresentava como grave problema.
Era época de uma inflação altíssima e de um sistema financeiro habitacional implacável contra os mutuários. Por conta disso, muitas famílias chegaram a ser despejadas de suas casas, de forma ríspida e, em muitas vezes, abusiva.
Fomos à luta e obtivemos importantes vitórias, como por exemplo, a implantação do programa de quitação de casas, que beneficiou milhares de mato-grossenses.
Passado o tempo, constatamos que a necessidade da luta em favor daqueles que buscam esse mesmo sonho da casa própria continua. Seja nos embates jurídicos contra leilões exorbitantes, seja no atraso na entrega da obra ou contra os despejos.
A população precisa ser mais respeitada.
* CARLOS BRITO é agente político e candidato a deputado estadual
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