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Artigos Sexta-feira, 07 de Novembro de 2014, 11:13 - A | A

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Sexta-feira, 07 de Novembro de 2014, 11h:13 - A | A

EUA, de olho em 2016

O voto é facultativo, mas apesar disso um grande contingente de pessoas registra-se como eleitores, podendo inclusive declarar sua filiação ou preferência partidária

JUACY DA SILVA


Hugo Dias/HiperNotícias

O Sistema político e eleitoral norte-americano, praticamente inalterado há mais de duzentos anos, tendo como um dos pilares fundamentais o bipartidarismo, onde a alternância de poder, em todos os níveis, do local, passando pelo Estadual até chegar ao nacional, tem sido uma constante.


Outro aspecto é o que se chama de “check and balance”, ou seja, um sistema de pesos e contrapesos, entre os poderes, incluindo uma certa sabedoria do povo/eleitores, de não conferir todo o poder a um partido. Ao longo da história, poucas vezes, por exemplo um partido tem conseguido ter ao mesmo tempo a Presidência da República e as duas Casas do Congresso (Senado e Câmara federal).


Outros aspectos importantes nesse Sistema é que não existe justiça eleitoral e cada estado goza de uma certa liberdade quanto à realização das eleições tanto estaduais quanto para os cargos eletivos nacionais. O voto é facultativo, mas apesar disso um grande contingente de pessoas registra-se como eleitores, podendo inclusive declarar sua filiação ou preferência partidária. Também não existe bolsa família ou políticas assistencialistas para manipular a vontade do eleitor mais pobre.

As disputas giram muito mais em função de propostas para melhorar a vida do povo e a atuação do país no contexto internacional. Mesmo que não haja uma diferença muito profunda, Republicanos e Democratas tem visões de mundo diferentes e projetos nacionais também diferentes, cabendo ao povo escolher os postulantes aos cargos eletivos em função desses projetos.


O Sistema de representação é baseado em distritos eleitorais, colocando o eleito em contato mais direto com o eleitor, possibilitando ao povo acompanhar e fiscalizar mais de perto a atuação de seu representante no Congresso, nas Assembleias Legislativas Estaduais e Câmaras locais. Existe uma grande fidelidade partidária, onde raramente os eleitos trocam de partido, razão pela qual a possibilidade de uma “terceira via”, mesmo que tentada em alguns momentos, não tem prosperado. Os eleitores tem duas alternativas, apoiam o governo ou a ele se opõe, trocando os governantes de plantão.


Podemos destacar também o fato de que o Congresso goza de uma grande independência e tem suas atribuições respeitadas, mesmo que o Presidente e seu partido tenham maiorias parlamentares. O Congresso tem sua identidade e merece muito respeito por parte da população e não se transforma em um apêndice da Casa Branca, como acontece em alguns países, onde o Executivo é quase um poder imperial, como no Brasil por exemplo.


O mandato dos deputados federais é de dois anos e dos senadores seis anos. Depois de eleito ou reeleito, o Presidente da República não pode concorrer a nenhum outro cargo eletivo, garantindo uma renovação nos quadros dirigentes de maior relevância.


Outra característica fundamental é a não coincidência de mandatos entre Presidente da República, parte dos governadores, parte do senado e toda a Câmara Federal, determinando que ocorram as “mid-term elections” ou seja, eleições para essas funções exatamente no meio do mandato presidencial, possibilitando que o povo, indiretamente, faça uma avaliação do mandato do ocupante da Casa Branca, antes que venham a ocorrer as novas eleições presidenciais.


Isto foi o que aconteceu nesta última terça feira, 04 de novembro, quando o Partido Democrata sofreu uma de suas maiores e piores derrotas nas últimas décadas. Durante o primeiro e esta metade de segundo mandato os democratas tinham o comando da Casa Branca e do Senado , cabendo aos Republicanos o comando da Câmara Federal.


A maioria que Obama e seu partido detinham no Senado favorecia um pouco suas ações políticas e foi graças a isso que ele conseguiu implementar, parcialmente, uma reforma do Sistema de seguro de saúde, conduzir as operações de Guerra, levar adiante suas propostas para a recuperação da economia, ainda que enfrentando oposição e os desafios dos Republicanos.


Em termos gerais, o Partido Democrata tem uma boa aceitação entre os eleitores mais jovens e as minorias como negros, latinos, asiáticos, mulheres, enquanto os republicanos tem a preferência das pessoas adultas e mais idosas, dos homens, dos eleitores das cidades menores e do meio rural e dos fundamentalistas religiosos.


Os resultados dessas eleições da última terça feira, impõe a perda do controle do senado, quando sete democratas foram derrotados, possibilitando que os Republicanos passem a ter 52 senadores e os democratas apenas 43, além de dois “independentes” que geralmente votam com o governo. Ficou demonstrando que os Republicanos avançaram sobre as bases democratas e isto pode ter repercussões nas próximas eleições, inclusive para a Presidência.


Na Câmara, os Republicanos ampliaram a maioria que já detinham, a maior desde a segunda Guerra mundial. A partir da próxima legislatura os Republicanos terão 246 deputados e os democratas apenas 174, dificultando ainda mais a vida de Obama.


Apesar da derrota dos democratas na tarde desta última quarta feira OBAMA acenou com a possibilidade de trabalhar com a maioria republicana no Congresso, resta saber como e quando isto vai se concretizar.


A partir da declaração oficial dos resultados, todos os olhos deverão estar voltados para as eleições presidenciais de 2016, quando para os democratas a grande esperança parece ser Hillary Clinton, enquanto entre os republicanos vai demorar pelo menos um ano para ver quais os postulantes `a Casa Branca emergirão desta nova realidade política. É aguardar para conferir!


*JUACY DA SILVA é professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia. Email [email protected] Blogwww.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy


Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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