Recordemos: depois de bananinha, veio o patumbo (meio Pateta, meio Dumbo) e, agora, babaca. Os adjetivos para apelidar o deputado que abandonou o emprego, mas segue recebendo os pomposos salários. E olha que esse último, babaca, não saiu da boca de qualquer um: veio de alguém de dentro de casa, que goza da intimidade, que conhece bem o personagem - portanto, com 100% de chance de estar certo. Foi o dublê de pastor-empresário, Silas Malafaia, quem disparou em áudios enviados a Jair Bolsonaro: “Esse seu filho Eduardo é um babaca inexperiente”. Mas não é sobre isso que quero escrever hoje. Fiz essa introdução apenas para justificar o título e para reproduzir a frase do que se acha intocável.
O que realmente importa nos áudios revelados pela Polícia Federal - e acredito que muito mais coisas virão, já que na operação da última quarta-feira foi apreendido o celular do próprio Malafaia - não é só o linguajar chulo, vindo de um autoproclamado representante de Jesus Cristo na terra ou de um filho que manda o pai “tomar naquele lugar”. O essencial é o conteúdo golpista, explícito, dessas conversas. Xandão deve ter se deliciado com a fartura de provas que lhe caíram nos ouvidos.
Fica claro, mais uma vez, que a viagem do babaca - ops, do Eduardo Bolsonaro - para as terras do Pateta tinha um propósito: dar continuidade à tentativa de golpe que incluiu o 8 de janeiro e até o planejamento do assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes. A necessidade demonstrada pelo deputado que abandonou o emprego (mas segue recebendo seus salários) de manter uma imagem de autoridade junto ao projeto de poder bolsonarista no Brasil para seguir maquinando com o governo norte-americano mais e mais sanções ao Brasil e a autoridades brasileiras é um texto revelador.
Assim como é revelador o trecho em que se admite que não bastaria uma “anistia light” para fazer parar o seu movimento em terras norte-americanas. O objetivo real é outro: tarifas pesadas contra o Brasil, sanções financeiras contra ministros do STF, cassação de vistos de autoridades e de seus familiares - tudo para salvar o inelegível da cadeia. Só isso. A tiazinha do Zap que está presa? Irrelevante. A mocinha do batom? Que se exploda. A prioridade absoluta é salvar o “papai” de um futuro dormitório na Papuda.
No fim das contas, as trapalhadas do Patumbo, voando com um pateta, balançando suas orelhas, acabaram trazendo mais estragos do que ajuda. As pesquisas divulgadas nos últimos dias parecem confirmar isso. E, de quebra, deram ainda mais argumentos para que a Justiça endureça contra os golpistas, especialmente contra os líderes da organização criminosa, além de deixar - arrisco dizer - os ministros do STF um pouco menos pacientes com a família golpista.
(*) OLIVEIROS MARQUES é sociólogo, publicitário e comunicador político.
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