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Artigos Segunda-feira, 08 de Setembro de 2025, 10:07 - A | A

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Segunda-feira, 08 de Setembro de 2025, 10h:07 - A | A

JOÃO EDISOM

Discurso político violento mata!

Uma Reflexão sob a Luz da Psicológica e da Filosófica

JOÃO EDISOM

A comunicação é uma ferramenta essencial para a convivência humana, permitindo a troca de ideias, valores e emoções. No entanto, quando essa comunicação se torna violenta, ela pode gerar consequências nefastas para o indivíduo e a sociedade. Partindo do princípio que discursos políticos e ou religiosos carregados de ódio e intolerância criam um ambiente de conflito emocional, podemos compreender a violência verbal como uma das causas mais silenciosas, porém mortais, de desencadeamento de doenças que vão da depressão à agressividade patológica.

A psicologia demonstra que emoções como ódio, rancor, xenofoia, sexismo e preconceitos, quando alimentadas por discursos de intolerância, promovem uma série de respostas fisiológicas e psicológicas. Segundo Carl Jung, "o que não é integrado na consciência tende a manifestar-se na forma de conflitos internos ou externos." Assim, discursos que promovem segregação e ódio têm o potencial de gerar desequilíbrio emocional, levando ao desenvolvimento de transtornos como ansiedade, depressão e até doenças físicas decorrentes do estresse crônico.

Pesquisas recentes mostram que ambientes de comunicação violenta podem desencadear o aumento do cortisol, hormônio relacionado ao estresse, afetando o sistema imunológico e contribuindo para o adoecimento geral do indivíduo. Como afirma Arthur Janov, especialista em psicologia do trauma, “quando reprimimos emoções de ódio e frustração, elas se aglomeram no nosso interior, criando uma bomba-relógio emocional que pode explodir na forma de doenças físicas ou transtornos mentais graves”.

Na perspectiva filosófica, pensadores como Kant defendiam a importância do respeito mútuo e do diálogo racional na construção de uma sociedade ética. Kant afirmou que “o respeito pelo outro deve ser a base de toda comunicação moral”, o que implica que discursos de ódio violam princípios fundamentais de convivência. Quando o diálogo é pautado na violência verbal, a própria essência do entendimento humano se deteriora, levando ao isolamento e à desumanização do outro.

É importante lembrar que, na filosofia de Emmanuel Levinas, o outro é responsabilizado como fonte de ética. Assim, a agressividade na comunicação não é apenas um problema emocional, mas uma violação da responsabilidade ética com o próximo. Como ele afirma, “o rosto do outro é uma chamada à nossa responsabilidade, ao cuidado e à compreensão”. Quando esse rosto é ofendido por palavras violentas, a sociedade sofre uma espécie de morte silenciosa, pois perde sua capacidade de empatia e solidariedade.

Quando esses discursos violentos vêm de líderes políticos ou religiosos, seus efeitos podem ser devastadores em escala coletiva. Essas palavras de intolerância, alimentando o ódio, podem aniquilar comunidades, povoados, estados e até nações inteiras. É assim que se projetam: agressões verbais ou fisicas, assassinatos, atentados, guerrilhas e guerras. Discurso de ódio, quando propagado por figuras de autoridade, tem um poder de mobilização massiva, capaz de transformar informações verdadeiras ou não em armas que destroem vidas e destruíram civilizações inteiras.

Infelizmente, nossos políticos muitas vezes se alimentam dos malefícios do ódio para tirar proveito eleitoral e financeiro. Eles utilizam a retórica de intolerância e de divisão para fortalecer seus interesses pessoais, causando um ciclo vicioso de adoecimento social. Esses líderes se aproveitam das emoções negativas que criaram, manipulando o medo e o rancor para consolidar poder e enriquecer às custas do sofrimento coletivo. Essa estratégia, lamentavelmente que tem dado certo, resulta em doenças, violência, guerras e mortes, muitas vezes em escala maciça, com consequências humanas e sociais devastadoras.

Discursos acusatórios e cheios de palavrões, alimentadas por líderes que exploram o medo, a intolerância e o medo do outro, muitas vezes levam à violência extrema. O genocídio, as guerras e conflitos armados são muitas vezes precedidos por discursos que desumanizam o adversário, criando uma narrativa que legitima a destruição do outro. Como explicou Hannah Arendt, “a banalidade do mal” muitas vezes se manifesta na aceitação cega de discursos violentos de figuras de autoridade que justificam atos de violência utilizando linguagem de ódio para desacreditar o oponente.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, a violência, incluindo a verbal, é uma das principais causas de morte no mundo, muitas vezes indiretas, por meio de doenças adicionais relacionadas ao estresse e ao impacto emocional. Discursos políticos e religiosos que promovem ódio alimentam esse ciclo, podendo levar indivíduos ao desespero, ao isolamento e, por fim, ao suicídio.

A comunicação violenta mata, não apenas de forma física, mas sobretudo na dimensão emocional e social. Psicologia e filosofia convergem na ideia de que discursos de ódio e intolerância destroem a saúde mental e transforma cidadão comum em genocida!

Como psicólogos e filósofos reforçam, a mudança de paradigma na comunicação é uma questão de saúde coletiva. Como afirmou Gandhi, “a não violência começa com o modo como nos comunicamos”. Cultivar um diálogo empático e respeitoso pode ser uma das formas mais poderosas de prevenir essa morte silenciosa promovida por pregadores e políticos sedentos de poder.

(*) JOÃO EDISOM é Analista político e professor universitário.

 

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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