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Artigos Sexta-feira, 24 de Janeiro de 2014, 07:23 - A | A

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Sexta-feira, 24 de Janeiro de 2014, 07h:23 - A | A

Desemprego e exclusão

É ilusória a idéia de que podemos promover a inclusão de milhões de pessoas através de políticas compensatórias, de assistencialismo ou mesmo transferência direta de renda por parte do Estado

JUACY DA SILVA





Hugo Dias/HiperNotícias

O nível de emprego em uma sociedade é determinado por diversos fatores, tais como: índices de crescimento econômico (PIB), estágio de desenvolvimento tecnológico do país, grau de informalidade da economia; peso relativo dos diversos setores (agricultura, extrativismo, indústria, comércio e serviços), índices de urbanização e outros mais.


Um país subdesenvolvido, cuja economia é altamente dependente dos setores agropecuário e extrativistas possui muito menos capacidade de gerar emprego do que outro que tem sua base econômica nas atividades industriais, serviços e comércio. De forma semelhante, um país onde a informalidade é grande os índices de desemprego podem ser aparentemente pequenos, mas a ausência de postos de trabalho formais acaba gerando insegurança futura, principalmente no aspecto previdenciário e de renda.

Há poucos dias a OIT – Organização Internacional do Trabalho, organismo especializado da ONU para as questões de emprego e desemprego, apresentou seu mais recente relatório, onde são destacados alguns aspectos que todos os estudiosos deste tema e principalmente governantes responsáveis pela definição de políticas, estratégias e ações de inclusão social e econômica, deveriam estar bem atentos.

É ilusória a idéia de que podemos promover a inclusão de milhões de pessoas através de políticas compensatórias, de assistencialismo ou mesmo transferência direta de renda por parte do Estado e do Governo. Essas estratégias e ações podem até ter alguns resultados imediatos e criar a sensação de que o país esteja mudando e que a miséria, a exclusão social e econômica ou até mesmo a fome estejam sendo reduzidas.

A médio e longo prazo nenhum país pode sustentar um modelo deste pela simples razão de que a verdadeira inclusão só ocorre via oportunidades de trabalho , emprego decente e salários reais dignos, que alavanquem a capacidade de compra dessas massas excluídas do Mercado de consumo e aumente o dinamismo econômico.

Medidas assistencialistas e paternalistas acabam gerando maior dependência dessas pessoas, desestimulando-as a busca de trabalho, aumento dos gastos públicos, déficit nas contas governamentais, muita corrupção e manipulação política e eleitoral, favorecendo muito mais os donos do poder do que a população excluída.


O recente relatório da OIT apresenta algumas premissas que devemos refletir sobre as mesmas, tanto para melhor compreender o que esta acontecendo a nível mundial quanto do Brasil em particular. Essas premissas são as seguintes:

1. Os índices de crescimento do PIB mundial e das várias regiões nos próximos anos vão ser menores do que os experimentados antes da crise de 2008/2009;

2. Crescimento econômico baixo vai dificultar a possibilidade de gerar os 42 milhões de postos de trabalho por ano que são necessários para atender os 202 milhões de desempregados existentes em 2013 e mais alguns milhões que a cada ano estão chegando ao Mercado de trabalho;

3. As causas ou fatores que desencadearam a crise econômica e financeira mundial ainda não foram totalmente superados e continuam sendo uma ameaça tanto para a recuperação de alguns países quanto a possibilidade de ocorrerem novas crises;

4. O Sistema financeiro mundial e de vários países continua em estado de crise latente e é o verdadeiro calcanhar de Aquiles da economia mundial, podendo desarticular todo o sistema novamente;

5. A renda do trabalho continua aumentando, mas em ritmo muito mais lento do que a produtividade dos demais fatores de produção, isto afeta a expansão do Mercado de consumo mundial e os países em particular;

6. No contexto dos debates do pós-2015, quando encerra o período dos objetivos do milênio, constata-se que a redução da pobreza da classe trabalhadora tem sido muito pequena, tanto em relação `as metas fixadas quanto em relação `as expectativas dessas grandes massas. Tal fato pode gerar crises políticas e sociais e afetar também a economia como um todo e diversos países, principalmente os emergentes;

7. O nível de informalidade e de relações de trabalho espúrias e à margem do marco legal e ético estabelecido em convenções da ONU ainda é muito grande, principalmente nos países subdesenvolvidos, também nos emergentes e em alguns países europeus.

Oportunamente tentarei apresentar alguns dados relativos à questão do desemprego mundial e alguns outros sobre o Brasil e América Latina, os quais não são nada animadores!

*JUACY DA SILVA é professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia. Email [email protected] Blog http://www.professorjuacy.blogspot.com/ Twitter@profjuacy


Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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