A deputada federal Coronel Fernanda (PL) protagonizou um dos maiores fiascos políticos de Mato Grosso ao se empenhar com unhas e dentes pela aprovação da PEC da Blindagem — batizada pelo povo, com toda justiça, de PEC da Bandidagem.
O tombo em sua imagem é devastador: a parlamentar, que sempre se apresentou como militar linha-dura, defensora da pátria, da família e dos valores cristãos, jogou sua biografia no ralo ao abraçar uma bandeira que só interessa a criminosos.
A medida aprovada é um verdadeiro insulto à sociedade. Concede foro privilegiado até para donos de partidos políticos e transforma deputados e senadores em intocáveis: só poderão ser processados se seus colegas de plenário — ou cúmplices — assim decidirem, e em voto secreto. Como se não bastasse, o efeito cascata já está garantido: deputados estaduais também passam a desfrutar da mesma blindagem.
Outro militar que esqueceu suas origens para se tornar complacente com a bandidagem foi o também deputado federal Coronel Assis.
O ex-comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso não apenas votou favorável à PEC da Bandidagem, como ainda adotou o discurso típico do ilusionista de tolo, tentando justificar o injustificável. Sua postura confirma que parte da farda, infelizmente, se transformou em fantasia eleitoral: serve para conquistar votos, mas é abandonada na primeira oportunidade em que se escolhe proteger criminosos em vez de combatê-los.
Coronel Fernanda e Coronel Assis traíram os valores que juraram defender.
Ao liderar e endossar uma proposta que abre as portas para ladrões do dinheiro público, feminicidas, pedófilos e homicidas, eles não apenas contradisseram sua trajetória militar, mas se tornaram cúmplices de uma blindagem vergonhosa. É um ato tão repugnante quanto inexplicável. O preço político, inevitavelmente, virá das urnas — e será merecido.
(*) EDESIO ADORNO é Blogueiro em Tangará da Serra
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