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Artigos Quarta-feira, 02 de Julho de 2014, 21:02 - A | A

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Quarta-feira, 02 de Julho de 2014, 21h:02 - A | A

Brasileiros, os maiores campeões

GABRIEL ELIZONDO



Divulgação

Fortaleza, Brasil – Então aqui estamos, na fase do mata-mata, e os críticos estão dizendo que esta é uma das melhores Copas do Mundo na memória recente.

Da Colômbia e Holanda acumulando mais de 10 gols cada, à surpresa da Costa Rica, à dramática vitória do Brasil sobre o Chile nos pênaltis.

Há muitos candidatos a maiores vencedores deste torneio até agora. Meu voto? O povo brasileiro.

O mundo está descobrindo a arma secreta do Brasil, que não é Neymar, ou os mais de 170.000 que se espalharam pelo país para cuidar da segurança. São os próprios brasileiros que, em minha experiência, ganharam esse torneio como anfitriões graciosos, elegantes (e às vezes pacientes).

Pessoas como Lucimar Nascimento, que encontrou uma mala com ingressos da Copa do Mundo e um cartão de crédito dentro de um ônibus. Ela levou a mala à Delegacia de Polícia, onde eles conseguiram localizar o dono, um turista mexicano de 34 anos.

Em Manaus eu deixei meu laptop de trabalho sobre um banco em uma área movimentada, no porto, por onde centenas de pessoas passavam. Quando eu percebi que esqueci, algumas horas depois, nós corremos de volta, e a mulher de uma barraquinha de madeira, que vendia tickets para viagens pelo Rio Amazonas, havia percebido que esqueci o laptop e o guardou para mim.

O laptop valia pelo menos um mês de salário.

Do policial ajudando um turista croata bêbado a achar um táxi em São Paulo, aos pacientes comissários de bordo em Fortaleza tentando seu melhor para falar inglês a um avião cheio de turistas ansiosos, à jovem recepcionista em Manaus tentando manter a calma e o sorriso enquanto tentava fazer check-in de uma multidão de exigentes jornalistas estrangeiros que ficavam pairando sobre ela, foram os brasileiros que ganharam este torneio.

Em minha experiência, quanto mais longe que você fica das vizinhanças elitistas do Leblon, no Rio, e Jardins, em São Paulo, mais genuinamente amigáveis os brasileiros ficam. Este foi o brilho desta Copa do Mundo: tirá-lo do interior de Cuiabá para as dunas de areia embebidas em sol no Natal.

Lembram-se? Fazem apenas algumas semanas que estávamos dizendo que os aeroportos não iriam dar conta (eles deram), os estádios não estariam prontos (eles estavam) e a segurança seria um problema (e não foi).

Falhamos em lembrar que qualquer país pode construir um estádio e pôr policiais nas ruas, mas não é qualquer país que tem brasileiros para encher a festa, e os locais sabem disso.

Durante todos os dias de jogos deste torneio, em algum ponto durante o jogo, os fãs brasileiros começam a cantar em união um verso de uma canção assim: “Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”.

Talvez seja a forma brasileira de dizer ao mundo: “Vocês estão gostando deste torneio? Gostam do nosso país? Nós o construímos, ele é nosso, mas seja bem vindo mundo!”

Não importa o que aconteça no gramado, continue cantando Brasil.

Vocês escreveram a letra, o resto do mundo está apenas seguindo o seu ritmo



* GABRIEL ELIZONDO é corresponde da rede Al-Jazeera (a maior emissora de televisão jornalística do Catar).

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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