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Artigos Segunda-feira, 03 de Fevereiro de 2014, 14:42 - A | A

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Segunda-feira, 03 de Fevereiro de 2014, 14h:42 - A | A

Brasileiro, deixe de recalque

Recalque, em outras palavras é qualquer justificativa que se mostre diante de índices tão baixos de leitura, procurar maneiras de argumentar uma situação tão agravante é reprimir o desenvolvimento deste país

MIRELLA DUARTE





Divulgação

Certa vez ouvi de alguém, “Posso pagar por um dispositivo eletrônico que vou usar regularmente, mas o livro é ‘muito caro’, pois acho que não vou ter tempo para ler”. Esta pessoa está com recalque. Sim, recalque! Termo que vem de recalcar que segundo o dicionário da língua portuguesa, é o mesmo que ‘Impedir completamente a ação, desenvolvimento ou manifestação; reprimir’.


Na era digital, a tecnologia substituiu a necessidade de impressão demasiada, pois oferece leitura por meio dos computadores, tablets, ipad’s e celulares e assim, reduz ainda mais os custos, pois com esses dispositivos podemos baixar obras de todos os gêneros e de variado autores e editoras, por um preço mínimo ou até gratuito.

No Brasil os livros costumam ser relativamente mais caros que em outros locais do mundo e isso há tempos vem sendo uma das justificativas apontadas como causa da queda de leitura no país, todavia e em contraponto, ao considerarmos que tudo substancialmente ‘sobe e desce’ de preço, inclusive dos tão queridos dispositivos eletrônicos, essa tese é facilmente desconstruída.

O preço dos livros, apesar de ser usado como justificativa para o baixo número de leitores no país, não poderia também estar vinculado à falta de leitores que impede maiores tiragens, obrigando as editoras a trabalhar com um preço médio muito mais alto, pela pequena demanda de consumo?

Quando falamos de ‘recalque’, termo muito atualmente utilizado por muitos jovens, não estamos apenas nos submetendo a uma ‘gíria’ conhecida, mas mostra a falta de conhecimento de alguns com significado de muitas palavras do nosso vocabulário, que logicamente seria mais vasto se a leitura fosse feita regularmente. Recalque, em outras palavras é qualquer justificativa que se mostre diante de índices tão baixos de leitura, procurar maneiras de argumentar uma situação tão agravante é reprimir o desenvolvimento deste país.

Temos direito a muitas coisas gratuitas ou pelo menos a preços mais acessíveis, mas justificar o índice de leitura pelo preço dos livros não me convence. Sem falar que a profissão dos ‘produtores de cultura’, está sendo confundida com “eu não preciso pagar”, o que fortalece o equívoco de que cultura ou arte é algo dispensável, que não merece valorização ou investimento.

Pesquisas apontam que o brasileiro tem a média total de quatro livros por ano, sendo que desses quatro apenas dois são lidos até o final. Enquanto a França, por exemplo, calcula uma média mínima de onze livros, sem calcular o número de freqüentadores de bibliotecas ou crianças com livros didáticos.

O método de poder baixar pela internet é um avanço pelo que se trata inclusive de livros, músicas, filmes, mas não se trata disso. Quando pensamos na situação do país, não estamos falando dos desprovidos de escolaridade, apesar deles serem parte desses números estamos falando dos indivíduos escolarizados e com outros tipos de qualificação, que também a cada dia se interessam menos pela leitura.

Em Mato Grosso o número de leitores sempre foi um dos mais baixos do país e isso não é uma característica recente e nem que se limita a apenas ao percentual de analfabetos, que segundo apuração do Instituto Brasileiro de Geografias Estatísticas (IBGE) chegou a 200 mil jovens e adultos até o ano passado.

Há especuladores que arriscam dizer que a falta de gosto pela leitura está relacionada simplesmente a falta de incentivo de centros escolares ou do descaso público que disponibiliza poucos espaços para leitura, porém acredito que é muito simples jogarmos ‘ping pong’ com a falta de interesse ‘de lá pra cá’, no final da partida não saberemos qual é o lado mais acomodado.

Claro, que existe quem seja apaixonado pela leitura, mas isso é uma parcela mínima. O número de vendas de eletrônicos sobe assim como o próprio preço todos os anos, mas os livros, coitadinhos, ficam acumulados em promoções nas livrarias todos os meses. Muitos podem até baixar os livros pela internet, mas será que lêem? Nos exames seletivos e de concursos realizados, ao observarmos à pontuação dos candidatos a resposta é exata. Não!

O povo brasileiro é cheio de história e cultura. Por que não melhorar o conhecimento aliado ao poder crítico? Só assim será possível lutar pelos direitos, além das manifestações esporádicas, que se abafam após algum tempo. Precisamos de incentivo em muitas coisas, mas ficar com recalque, não resolve.


*MIRELLA DUARTE é consultora de Mídias Sociais e Estudante do 8° semestre de Comunicação Social - Jornalismo.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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