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Artigos Sexta-feira, 11 de Outubro de 2013, 10:17 - A | A

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Sexta-feira, 11 de Outubro de 2013, 10h:17 - A | A

As mariposas e os políticos

Do poder jorram muitos atrativos como a possibilidade de dividir o botin da corrupção e participar do loteamento de cargos públicos

JUACY DA SILVA






Hugo Dias/HiperNotícias

Há mais de 2.350 anos, Aristóteles, um dos maiores filósofos de todos os tempos, definiu o homem (onde não estavam incluídos os escravos e as mulheres) como um “animal político”, porquanto caberia ao mesmo, enquanto ser racional, atuar para que a “polis” (cidade-estado) pudesse oferecer condições adequadas para a coletividade viver em um determinado território. Daí surgiram a idéia e o conceito de política no sentido de promover ações voltadas ao bem-comum.


Em decorrência da prática da democracia direta, realizada através de assembléias nas praças públicas (Ágora), algumas pessoas acabavam recebendo encargos a serem realizados em nome do povo que as escolhiam. Desta forma, alguns eram mais políticos do que outros já que passavam à condição de representantes da coletividade. Com certeza a idéia do que hoje chamamos de classe política (muito mais estamento do que classe propriamente dita no sentido marxista do termo) tem alguma relação com essas concepções de Aristóteles.

Séculos depois de Aristóteles surgem alguns estudos na área da sócio-biologia, procurando entender o comportamento de animais não racionais, guiados muito mais pelo instinto do que pela razão, buscando com isso melhor entender o comportamento do ser humano. Vários estudos sobre colméias, primatas, grandes predadores e outros grupos tem sido usados para traçar paralelos com as ações humanas, muitas das quais destituídas totalmente de razão e ética, características intrínsecas da natureza humana.

Existem também estudos para tentar entender a razão básica que induz as mariposas a serem atraídas pela luz, onde acabam morrendo. Esses estudos são incluídos na área da fototaxia. Talvez possa existir um paralelo entre a atração que a luz exerce sobre as mariposas da mesma forma que o poder, seus privilégios, benesses e mutretas exercem sobre os políticos no sentido coletivo, a chamada classe política ou a elite do poder.

No Brasil a cada dois anos, já que as eleições locais não coincidem com as estaduais e nacionais, nota-se uma grande revoada, da mesma forma que as grandes nuvens de mariposas em busca da luz, de políticos, com ou sem mandato, em busca de novas siglas partidárias, principalmente as que estão sempre, de forma oportunista, próximas ou no exercício do poder. Adversários ferrenhos de ontem tornam-se correligionários de hoje.

Afinal do poder jorram muitos atrativos como a possibilidade de dividir o botin da corrupção, participar do loteamento de cargos públicos, indicando parentes, amigos, correligionários, apresentar emendas aos orçamentos públicos e terem a certeza de que os recursos serão liberados, favorecendo empreiteiras que no passado ou no futuro irão financiar suas campanhas eleitorais.

O instinto de sobrevivência da classe política é tão grande e aguçado que ja foi criada a figura das sublegendas e a ideia do alinhamento , no sentido de que é bom sempre o povo escolher políticos locais e estaduais que estejam no mesmo agrupamento partidário do governo federal, mesmo que as ideologias sejam diametralmente opostas, o que vale é o oportunismo político.

Possivelmente para melhor compreender o comportamento, as ações e atitudes da elite do poder, principalmente dos políticos profissionais, seria bom estudarmos como agem, além das mariposas, outros animais como os escorpiões, os camaleões, as hienas, os abutres, os sanguessugas, os vampiros/morcegos e as raposas. A sócio-biologia com certeza irá oferecer uma grande contribuição `a ciência política, principalmente no Brasil.



* JUACY DA SILVA
é professor universitário, Titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia. Email [email protected] Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

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