Diário de Cuiabá |
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No início deste mês, escrevi a matéria “Salário bom, qualidade ruim”. O texto mostrou que o Estado ocupa o sexto lugar, entre os 27 de todo o país, no ranking dos melhores salários. Em contrapartida, ocupa posições nada animadoras em avaliações nacionais quando se trata do Ensino Médio.
Por Deus, fui crucificada! Aliás, diga-se de passagem, o título da matéria é obra do Editor do Caderno Cidades. Respeito e admiro a classe de professores. Parte do que sei ou deixei de aprender ao longo da minha (humilde) vida devo e agradeço a meus amados mestres. Uns, bons e queridos; outros, nem tanto assim!
Educadores fazem parte de uma classe trabalhadora que merece receber bons salários e ganhar bem mais dos que os poucos mais de R$ 1,3 mil conquistados recentemente para os docentes com nível médio e os R$ 1,9 para os de nível superior. Só para lembrar, o valor é pago para uma jornada de 30 horas/aula semanais, dos quais 20 em sala e 10 horas/atividade. Todo o trabalhador merece salário digno!
Há um bom tempo acompanho movimentos grevistas de professores no Estado. A maioria, pautada, especialmente, por questões salariais. Depois, problemas como a falta de infraestrutura das unidades escolares e dos recursos pedagógicos ou didáticos.
Não estou dizendo que os grandes culpados pelos fracassos escolares ou pelos baixos desempenhos em avaliações nacionais dos alunos são os educadores. Longe disso!
Salário e qualidade de ensino são duas variáveis que são discutidas há muito tempo. O entendimento é de que a capacidade dos professores de motivar e despertar a curiosidade intelectual dos alunos e de lhes transmitir conhecimento está entre os fatores apontados para explicar os bons resultados dentro de uma sala de aula. Vontade de ensinar e educar independe de renda.
Uma missão que provavelmente se torna árdua quando o profissional está desmotivado ou cansado por conta das duplas ou triplas jornadas, ou então quando não lhe sobra dinheiro para comprar livros ou outros recursos didáticos.
Mais ainda quando não há esforço por parte do próprio aluno ou quando os pais não acompanham o desempenho escolar do filho. São inúmeros os fatores, inclusive, a falta de investimentos por parte dos governantes, que relegam a Educação ao sucateamento.
(*) JOANICE DE DEUS é repórter do jornal Diário de Cuiabá, onde este artigo foi publicado originalmente.
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