No livro interativo, ela propõe que os pequenos leitores sejam coparticipantes da obra, desenhando, recortando e pintando junto com a ilustradora. "Caderno de Artista é um trabalho diferente. Os meus livros anteriores eram álbuns ilustrados, que contam uma história, com poucos textos e muitas ilustrações. Neste caso, não. Caderno de Artista é completamente diferente. A proposta é que todas e todos podemos participar", explicou a artista em uma conversa com o Estadão.
No livro, Olga conduz o leitor por uma série de atividades, que vão desde arrancar uma página até continuar um desenho ou fazer e responder perguntas com desenhos. "Podemos vê-lo como um caderno que você pode colorir, mas pode ir muito além. Vejo o livro como um trabalho de refletir, uma ferramenta de reflexão", completou.
Uma das reflexões que Olga traz no livro é que a criança pode errar, que o erro pode resultar em um trabalho artístico. "Quando não sei por onde começar e tenho medo de errar, volto alguns passos, pego impulso e dou um salto no escuro. Esse salto pode ser uma mancha, um rabisco, um erro, a partir do qual começar. Quando se começa por um erro, o medo de errar já desaparece", escreve ela no livro encorajando as crianças.
Defesa da diversidade
Olga de Dios é a criadora de obras que ganharam uma boa receptividade entre o público brasileiro, como Monstro Rosa, Pássaro Amarelo e Rã de Três Olhos, todos publicados pela Boitatá.
Em seu trabalho, Olga defende algumas bandeiras. A principal delas, a da diversidade. "Com o meu trabalho, proponho questões e debates que fazem parte da nossa sociedade, que estão entre nós, que são atuais. O meu tema principal, com o qual eu comecei como autora, é a defesa da diversidade como algo enriquecedor", disse.
"Eu tenho claro que quanto mais referências as crianças tiverem, mais liberdade elas vão ter para escolher. Então, creio que é preciso parar muitas vezes esses discursos de ódio e esses discursos fascistas que querem censurar e limitar as expressões. Defender uma educação em diversidade, defender uma educação em liberdade, é uma questão de direitos humanos", ressaltou a artista.
Olga de Dios em São Paulo
Esta é a segunda visita de Olga ao Brasil. A ilustradora esteve por aqui em agosto do ano passado e retorna agora para uma série de atividades, que inclui oficinas de desenho com crianças e conversas com adultos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
"Estou muito surpresa com a receptividade que tem recebido dos brasileiros. Agradavelmente surpresa. Primeiro porque as pessoas são muito afetuosas e carinhosas. E depois porque elas me demonstram e me confirmam que a minha expressão artística é capaz de me conectar com muitas pessoas no mundo", afirmou.
A artista participa nesta quinta-feira, 6, de uma oficina de desenho para crianças no Galpão ZL (Rua Serra da Juruoca, 112, Jardim Lapena), a partir das 15h. Na sexta-feira, 7, a partir das 14, Olga conversa sobre política e literatura infantil na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, e no sábado, 8, a partir das 9h, conduz mais uma oficina de desenho baseada no Caderno de Artista, na Casa Tombada (Rua Min. Godói, 333, Perdizes).
Caderno de Artista
Autora: Olga de Dios
Editora: Boitatá (112 págs.; R$ 93 - Trad.: Monica Stahel)
(Com Agência Estado)
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