Para Bodanzky, os temas trazidos pelo filme de 1974 continuam mais atuais do que nunca. "Faz 50 anos que percorremos a Transamazônica para realizar o filme Iracema. Tudo aquilo que a gente presenciou, viu, encenou e assistiu naquele momento continua muito similar ao que ocorre hoje. E eu diria de uma forma mais intensa. Nada foi resolvido", diz o cineasta.
Ele completa: "A ideia que os militares tinham do projeto de ocupar a Amazônia, na essência, continua igual até hoje. Por um lado, eu fico contente do filme fazer 50 anos e ainda gerar tanto interesse. Por outro lado, também fico apreensivo em ver que pouca coisa mudou."
Censurado pela ditadura militar, Iracema passeia entre documentário e ficção para acompanhar uma jovem indígena e Tião Brasil Grande, um caminhoneiro encantado pelo progresso prometido pela Transamazônica. Ao longo da história, aparece o lado oculto desse desenvolvimento: queimadas, desmatamento, exploração sexual, grilagem e um cotidiano de violações normalizadas.
O filme retornará aos cinemas brasileiros em 24 de julho, em versão restaurada em 4k.
(Com Agência Estado)
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