"Houve uma sincronicidade", explica o ator. "Eu estava disposto a escolher meus próximos trabalhos e a Globo entendeu isso. Concluído o desenlace, apresentei uma proposta à Netflix, que não só aprovou como me convidou para também participar de outro projeto."
A empresa e o ator ainda não revelam detalhes dos trabalhos, o que deverá acontecer no início de 2020. Há, porém, algumas pistas. O trabalho que terá apenas produção nacional nasceu de um argumento escrito por Gagliasso, baseado em um fato real. "Mesmo assim, a história terá um perfil ficcional, contando com detalhes que realmente aconteceram", explica ele, que espera a definição da equipe criativa (direção, grupo de roteiristas, etc.) para dar o contorno final à primeira temporada da série, que terá inicialmente oito episódios.
A gravação deverá acontecer no segundo semestre e Gagliasso, além de atuar, também será o produtor executivo. "O fato de só cuidar da criação me encanta muito e, como se trata de um produto da Netflix, que oferece toda a temporada pronta, não há tanta preocupação com audiência", explica ele, vivendo assim uma situação diversa da de uma novela de TV aberta, em que a trama pode sofrer alteração de percurso dependendo da resposta do público à história ou mesmo a determinados personagens que caem no agrado popular.
Se a série nacional será rodada no Brasil, a internacional, cuja produção começa no início de 2020, terá também cenas rodadas em outros países. Aqui, a primeira temporada contará com seis episódios e, além do português, será ainda falada em espanhol e inglês. E Gagliasso oficialmente estará presente apenas como ator. "Mas, como os projetos da Netflix são colaborativos, com a obra sendo criada em conjunto, sei que terei liberdade para opinar."
Para o ator de 37 anos, embora distintos, os personagens que vai interpretar têm muitos pontos em comum. "São histórias diferentes, mas o discurso dos dois toca em assuntos que são globalmente discutidos e que me interessam muito estar engajado", explica ele, cuja atividade contra ações racistas e de proteção aos animais, para ficar em apenas duas, é amplamente divulgada pelas redes sociais. Ele e sua mulher, a apresentadora e também atriz Giovanna Ewbank, orgulham-se da filha Titi e do filho Bless, crianças do Malavi que foram adotadas por eles. Também é notória sua atividade por causas sociais, como a luta contra o preconceito sexual e a defesa dos animais.
"Nesses dois trabalhos, farei pesquisas para me aprofundar nos papéis, o que sempre me deixa animado", conta ele que, para viver o problemático Inácio, na novela Celebridade (2003), rapaz acusado pela própria mãe de ter matado o irmão, buscou explicações psicanalíticas na obra de Freud e Lacan. Outro desafio lhe ofereceu Júnior, personagem de América (2005), cuja homossexualidade era latente, especialmente no amor mal disfarçado por um funcionário da fazenda onde vivia, interpretado por Erom Cordeiro.
A paixão foi concretizada em um beijo - a cena foi gravada, mas não foi ao ar, por causa do temor de reação popular. "Chorei no dia em que não foi exibida e me revoltei: trabalho com arte, que pressupõe liberdade de expressão, e não posso deixar que suposições interfiram na criação", conta ele, também orgulhoso de Edu, o serial killer da série Dupla Identidade (2014). "Papéis que me prepararam para os dois próximos trabalhos."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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