| Luiz Alves/Secom |
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| Antonio Fernandes, no dia 15, era contra privatização e agora diz ser favorável |
A polêmica sobre o futuro da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap), dominou mais uma vez os inflamados discursos na Câmara de Vereadores na sessão matutina desta terça-feira (19). Entre prós e contras, se destacaram os parlamentares Antonio Fernandes (PSDB), da base aliada do prefeito Chico Galindo, e Lúdio Cabral (PT) o mais destacado oposicionista à administração municipal.
Em entrevista ao Hipernotícias, Antonio Fernandes já defende negociação da Sanecap, seja por meio de concessão, terceirização ou até mesmo a privatização da empresa. Ele admitiu que grande parte dos problemas enfrentados pela companhia é por falta de capacidade de gerenciamento. Mas, também atribui esses percalços a possíveis “jogadas” engendradas anteriormente por grupos políticos para enfraquecer a empresa e tornar mais fácil a sua privatização e desgastar ainda mais a já arranhada imagem que a administração pública de Cuiabá vem experimentando desde o segundo mandato do ex-prefeito Roberto França (sem partido), passando por Wilson Santos (PSDB) e agora, por Chico Galindo (PTB).
“A empresa é viavel, embora muita gente faça de tudo para provar que não, então, eu acredito que as coisas extrapolaram os limites da pura e simples administração para adentrar no campo político, por isso não tenho dúvida de que a Sanecap já foi incorporada à disputa eleitoral do próximo ano. Há o pensamento corrente entre possíveis concorrentes ao Palácio Alencastro de que, se a Sanecap foi vendida, “alguém” vai se cacifar financeiramente para a disputa e, de outro lado, outros pensando “se a empresa for vendida, tenho condições de armar um discurso para ganhar de tal candidato”. Antonio Fernandes disse que não vai acusar ninguém, mas, sustenta que “infelizmente é isso que está ocorrendo”.
No dia 15 deste mês, o vereador disse ao Hipernotícias que era contrário à privatização. Afirmou ainda que iria promover uma série de ações, como audiências pública, para barrar planos do Executivo municipal. Confira aqui.
Garantindo a existência de um jogo político velado de grupos distintos que visam somente as eleições de 2012, Fernandes disse que sua posição quanto a questão da Sanecap vai ser de “ficar ao lado do povo”, defendendo a tese de que “a água tem que chegar na torneira dos munícipes de qualquer maneira. Por isso, não me interessa se será por meio de concessão, terceirização ou privatização, o que interessa é saber que a distribuição do líquido está chegando aos bairros, ao Novo Serra Dourada, ao 1º de Março, ao Dr. Fábio”, argumentou.
Para o vereador tucano, a falta de gerenciamento e o pouco caso dos gestores que se sucederam no comando da empresa municipal de saneamento foi a principal causa do aumento incontrolável das ligações clandestinas na periferia. “O cidadão paga, não recebe o benefício e vê outras pessoas sendo atendidas, naturalmente ele vai até a loja mais próxima, compra aquelas mangueiras pretas e faz a ligação na rede puxando a água para sua residência. A Sanecap tem conhecimento disso, porém, não toma nenhuma providência no sentido de investir na rede de distribuição para evitar as perdas por vazamentos ou por gambiarras”, completa.
Ao final, Antonio Fernandes convocou representantes das comunidades para participarem no próximo dia 25, terça-feira da audiência pública requerida por ele para discutir a questão da privatização da empresa.
NEPOTISMO
Já para o petista Lúdio Cabral, o que levou a Sanecap à situação de quase insolvência é também a falta de gerenciamento aliada ao aparelhamento partidário que tomou conta da empresa, além da prática contumaz do nepotismo por meio de diretores que foram nomeados apenas por questões políticas e que contrataram dezenas de parentes, inclusive cônjuges, para ocuparem cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS), com altos salários.
“Vejam, por exemplo, a última indicação do prefeito Chico Galindo (PTB) para a presidência da Sanecap, ao invés de nomear uma pessoa que entenda de saneamento básico ele simplesmente nomeou o ex-secretário de Saúde, Araí Fonseca, por acomodação política, para não deixar o ‘companheiro’ na mão, ora, isso é inaceitável. Sem contar que ele (Galindo) importou uma série de técnicos e servidores de outra cidade (Presidente Prudente) para trabalhar em diversos setores da administração pública, um desrespeito ao cidadão cuiabano e aos munícipes que pagam impostos”.
Lúdio Cabral confirmou também que a prefeitura de Cuiabá é uma das maiores devedoras da Sanecap, com R$ 4,3 milhões de débitos, enquanto que a Câmara de Vereadores também aparece como inadimplente em R$ 137 mil.
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