O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas de 8 de janeiro, deputado Arthur Maia (UB-BA), determinou que a polícia legislativa investigue o deputado mato-grossense Abilio Brunini (PL-MT) pela prática de homofobia contra a colega de parlamento Erika Hilton (Psol-SP), nesta terça-feira (11).
A denúncia foi levada a conhecimento de Arthur Maia pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE), que afirmou ter escutado Abilio dizer que Érika estava 'oferecendo serviços' no momento que a parlamentar 'aconselhou' o deputado de Mato Grosso a 'tratar a carência' em outro espaço, que não a CPMI.
A celeuma começou quando Abilio constrangeu o deputado petista Rubens Pereira Junior, da Bahia, gravando em vídeo a fala do parlamentar durante a CPMI.
"O deputado Abilio, numa tentativa infantil de constranger o seu direito de fala, que aguarda durante muito tempo, fica gravando. Tá me achando bonito, deputado? É para levar para casa e ficar me admirando depois? Esse papel de brincar aqui não cabe no Congresso Nacional, não cabe no parlamento sério. O deputado Abilio confunde brincadeira com momento de trabalho. O senhor pode ter tempo a perder, eu não tenho não", disparou Rubens.
Abilio chegou a ser repreendido por Arthur Maia e pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) - relatora da CPMI - que chamou o comportamento do deputado mato-grossense de 'surreal'.
Na sequência, Érika Hilton saiu em defesa do deputado petista e fez coro às reclamações. Não é a primeira vez que a parlamentar e Abilio entram em conflito. Recentemente, uma reclamação de Érika com relação às vestimentas de Abilio durante a CPMI viralizou na internet. Na ocasião, a deputada disse que o parlamentar mato-grossense usava um 'aerolook' incompatível com o decoro da Casa.
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"De fato é muito difícil toda sessão o deputado atrapalhar a sessão, causar tumulto. Eu aconselharia o deputado a tratar sua carência em outro espaço, esse espaço é sério. Esse espaço é um espaço de trabalho e é incompatível com esse espaço que sejamos interrompidas, filmadas e constrangidas não só pelo deputado Abilio, mas por outros que assim fazem", afimrou Erika na sessão desta terça.
Além do senador Rogério Carvalho, a senadora Soraya Thronicke (UB-MS) reiterou ter escutado a suposta fala homofóbica de Abilio durante as declarações de Érika.
Os deputados de oposição - aliados a Abilio -, questionaram a admissibilidade do 'conselho' de Érika para que o deputado de Mato Grosso 'tratasse as carências' em outro espaço.
"Eu só queria entender em que contexto a senadora falou sobre a carência do Abilio. Porque quando você dá, automaticamente você recebe", pontuou Marcos Feliciano (PL-SP).
"Quando disse sobre carência era exatamente baseada no comportamento de querer o tempo inteiro chamar atenção. Eu poderia até aconselhá-lo a adotar um cachorrinho para não se sentir tão só. Era sobre isso ao que eu me referia, ao comportamento do deputado não condiz com essa CPMI, por isso toquei no ponto da carência", explicou Érika.
OUTRO LADO
A reportagem entrou em contato com o deputado e aguarda retorno.
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