Quatro dias antes de ser executado, o advogado Renato Gomes Nery publicizou a representação que fez contra o colega de profissão Antônio João de Carvalho Júnior. No documento encaminhado à OAB, Renato Nery acusava o colega de profissão de comandar um 'escritório do crime' voltado à venda de sentenças. Todo imbróglio envolvia uma disputa de terras na região do Araguaia. A hipótese é de que Nery tenha deixado uma espécie de ‘fio’ para as autoridades puxarem, caso ele fosse assassinato, uma vez que já estava sofrendo ameaças.
De acordo com o delegado Bruno Abreu, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investigou o caso junto do delegado Caio Albuquerque, a denúncia foi protocolada no dia 29 de junho de 2024 e estava em sigilo. No entanto, em 1º de julho, Nery a tornou pública.
No dia 5 de julho, ele foi alvejado em frente ao seu escritório de advocacia localizado na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá. Um dos tiros atingiu a cabeça do jurista, que foi levado agonizando para um hospital particular da Capital. Ele foi submetido a um procedimento cirúrgico, mas não resistiu e morreu na madrugada do dia 6.
Antônio João e seus sócios, Agnaldo Bezerra Bonfim e Gaylussac Dantas de Araújo, foram alvos da operação Office Crime, deflagrada pela Polícia Civil em novembro de 2024.
Naquela época, os empresários de Primavera do Leste (235 km de Cuiabá), Julinere Goulart Bento e César Jorge Sechi, também tiveram suas casas devassadas por ordem judicial. Hoje, estão presos apontados como mandantes da execução de Nery.
Além do casal, os policiais militares Heron Teixeira, Leandro Cardoso, Jorge Rodrigo, Wekerlley Benevides de Oliveira, Wailson Medeiros, Jackson Pereira Barbosa e Ícaro Nathan Santos Ferreira e o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva, que confessou ser o executor do homicídio, estão sob custódia por suposto envolvimento no caso.
Apenas Heron e Alex foram denunciados até o momento. As investigações continuam e os delegados não descartam a possibilidade de surgir novos suspeitos.
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