Joaquim Sousa Lara, apontado como principal suspeito de assassinar o adolescente Rodrigo Lapa, à época com 15 anos, em Portugal, foi detido esta semana em Cuiabá, no bairro Tijucal. Lara estava foragido e a prisão dele ocorre nove anos após o crime. A informação foi confirmada pelo advogado da família da vítima, Pedro Proença, ao canal do site Correio da Manhã, de Portugal.
O Ministério Público português acusa Joaquim Sousa Lara, que à época do crime era padrasto de Rodrigo Lapa, de ser o responsável pela morte do jovem em fevereiro de 2016.
Segundo o advogado Pedro Proença, a prisão de Lara em Cuiabá representa um avanço significativo no caso.
"O processo está finalmente andando, ele foi detido no lugar onde sempre esteve, em Cuiabá. Ele também nunca se escondeu da Justiça, esteve sempre na casa do pai. Nós sabemos exatamente onde ele morava, no bairro Tijucal", afirmou Proença.
De acordo com o advogado, o caso deverá ser julgado no Brasil. A Justiça brasileira já estaria no processo de notificar testemunhas que conviveram com a família da vítima e do acusado. Proença relatou que Joaquim Lara fugiu para o Brasil enquanto o adolescente ainda estava desaparecido.
Posteriormente, ele teria tentado alegar inimputabilidade – condição em que uma pessoa não pode ser responsabilizada criminalmente por um ato devido a problemas de saúde mental – o que teria paralisado o processo por um tempo.
"Numa primeira apresentação, em Cuiabá, o advogado entregou um documento médico alegando que este senhor não estaria em condições de responder perante a Justiça na medida em que teria problemas de saúde mental", explicou o advogado.
No entanto, para Proença, que teve acesso ao inquérito policial, a investigação da Polícia Civil "não deixa grande margem para dúvidas de quem foi o autor deste homicídio".
O Caso Rodrigo Lapa O corpo de Rodrigo Lapa foi encontrado cerca de 10 dias após seu desaparecimento, em um terreno próximo à residência onde morava com a mãe e o padrasto, na cidade de Portimão, em Portugal. A perícia constatou que o adolescente apresentava marcas de estrangulamento.
O advogado da família detalhou que, conforme as investigações, o crime teria ocorrido após uma discussão entre Joaquim e Rodrigo. O desentendimento teria sido motivado por uma acusação de Lara ao enteado, de que este teria furtado dinheiro para adquirir um aparelho celular de última geração.
"Teria havido uma discussão entre os dois decorrente dessa situação. Rodrigo foi morto com recurso de violência extrema. Fiquei muito impressionado com aquilo", concluiu Pedro Proença.
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