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Mundo Sexta-feira, 11 de Julho de 2025, 07:15 - A | A

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Sexta-feira, 11 de Julho de 2025, 07h:15 - A | A

Reino Unido e França assinam pacto nuclear inédito para defesa da Europa

CONTEÚDO ESTADÃO
da Redação

França e Reino Unido, as duas potências nucleares da Europa, anunciaram nesta quinta-feira, 10, um novo pacto de defesa que inclui uma promessa inédita de que seus arsenais trabalharão juntos em caso de sério perigo para os aliados. O acordo, assinado entre o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o presidente francês, Emmanuel Macron, é um passo importante para lidar com a deterioração da segurança no continente diante das ameaças renovadas da Rússia e das incertezas sobre a proteção americana. As promessas de cooperação em defesa ocorrem enquanto a Ucrânia luta contra a Rússia, mais de três anos depois que o presidente Vladimir Putin ordenou a invasão ao seu vizinho.

O anúncio foi feito na base militar britânica de Northwood ao final da visita de três dias de Macron ao Reino Unido. O acordo entre os dois países - ao qual os líderes se referiram como Declaração de Northwood - significa que qualquer ataque de um adversário resultará em uma "resposta de nossas duas nações", disse Starmer.

O documento declara pela primeira vez que os respectivos meios de dissuasão de ambos os países são independentes, mas podem ser coordenados. "Há dois avanços: no nível operacional, com essa coordenação das duas forças de dissuasão", explicou à agência France Presse Héloïse Fayet, pesquisadora de questões nucleares do Instituto Francês de Relações Internacionais. "O segundo aspecto é, obviamente, a extensão da dimensão europeia conjunta."

Multilateralismo

Os dois países afirmam que não há ameaça extrema à Europa que não provoque uma resposta de ambos, tanto convencional, com ciberataques, e nuclear, segundo Fayet. Mantém-se, assim, deliberadamente, a ambiguidade sobre a existência de um guarda-chuva nuclear franco-britânico sobre a Europa e seu alcance.

A Europa há muito tempo depende dos EUA para proteção nuclear, já que muitas de suas nações são membros da Otan. Mas Trump fala cada vez mais sobre a necessidade de a Europa ter seus próprios meios para se defender contra potenciais adversários. O Reino Unido e a França são as únicas duas potências nucleares na Europa e, com os EUA, as únicas a ter esse arsenal dentro da Otan.

Com o governo Trump se afastando do apoio militar à Ucrânia, Starmer e Macron têm lutado para avançar com a "coalizão dos dispostos", um grupo que criaram para enfrentar a Rússia e apoiar Kiev, ainda que alguns de seus membros tenham hesitado em prometer recursos militares, como aviões, uma antiga demanda dos ucranianos.

Em um discurso no Parlamento britânico na terça-feira, Macron disse que os dois países "precisam trabalhar juntos para defender um multilateralismo eficiente e proteger a ordem internacional".

Da base militar, ontem, o primeiro-ministro e o presidente participaram de uma videoconferência com os líderes dos outros países desse grupo sobre o conflito ucraniano.

Imigração

Starmer e Macron, que realizaram uma cúpula semelhante pela última vez antes do retorno de Trump ao poder, em janeiro, também anunciaram um acordo de migração que pode reduzir o número de pessoas tentando cruzar o Canal da Mancha em pequenos barcos lotados lançados das praias do norte da França.

Ambos os temas estão no centro do que os dois líderes dizem ser uma relação diplomática melhorada entre os vizinhos, desgastada quando os britânicos votaram, por uma estreita maioria, para deixar a União Europeia em 2016, no que ficou conhecido como Brexit.

Em relação à imigração, autoridades britânicas e francesas vêm conversando há meses sobre como responder ao aumento no número de pequenos barcos lotados de migrantes que chegam ao Reino Unido, quase todos em busca de asilo. Starmer e sua maioria trabalhista estão sob crescente pressão para reduzir o número de migrantes não autorizados sem abandonar as obrigações humanitárias do país.

Os pequenos barcos se tornaram um método popular de viagem para o Reino Unido após a repressão bem-sucedida das autoridades aos migrantes que usavam caminhões transportados por balsas ou que viajavam pelo Eurotúnel.

O acordo anunciado ontem, que ainda precisa ser apresentado à Comissão Europeia antes de ser assinado, baseia-se no princípio do "um por um". Na prática, a França se compromete a aceitar o retorno de migrantes sem documentação que tenham cruzado o canal, após sair de suas costas, em pequenas embarcações. Em troca, Londres aceitará solicitantes de asilo que estejam na França e que tenham vínculos, especialmente familiares, com o Reino Unido.

Embora Starmer não tenha informado quantas pessoas poderiam ser devolvidas à França, a imprensa britânica afirma que, inicialmente, o número pode chegar a cerca de 50 pessoas por semana. Mais de 21 mil migrantes cruzaram o Canal da Mancha desde o início do ano, um número recorde.

Brexit

Após a votação do Brexit de 2016, a migração não autorizada da França para o Reino Unido tornou-se mais difícil de ser combatida pelos britânicos, pois o tema foi excluído de um acordo europeu que permitia a transferência de requerentes de asilo de volta aos países de onde eles viviam ou reivindicavam proteção. O Reino Unido também perdeu o acesso a um banco de dados biométrico usado para estabelecer a identidade das pessoas e seus pedidos anteriores.

Desde então, vários países europeus rejeitaram os esforços do Reino Unido para buscar acordos de retorno personalizados com nações individuais, argumentando que tais negociações sobre migração devem ser feitas com o bloco como um todo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

(Com Agência Estado)

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