Atiradores em motocicletas dispararam contra os manifestantes que exigem a renúncia do ditador do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, deixando ao menos um morto e seis feridos nesta quarta-feira. Ontem (19), ao menos seis morreram e o Conselho de Segurança da ONU não obteve um consenso sobre medidas contra o regime.
Um porta-voz dos manifestantes, Radwan al Obisi, disse que eles foram atacados pelos atiradores.
Um policial morreu e seis pessoas foram feridas nos confrontos entre as forças de segurança e manifestantes hostis ao regime iemenita nesta quarta-feira em Aden, sul do país.
Entre os feridos, três são civis e três policiais.
ESCALADA DE VIOLÊNCIA
Um balanço revelado nesta quarta por fontes médicas indicou que ao menos seis pessoas morreram e dezenas ficaram feridas durante os protestos de ontem (19).
Cinco pessoas morreram na capital Sanaa e uma em Taez (sudoeste).
"Na capital, o balanço definitivo é de cinco mortos a tiros e 60 feridos, 23 deles em estado grave", afirmou uma fonte do hospital de campanha que atende os manifestantes na Praça da Universidade.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) denunciou ainda ontem (19) que o Iêmen tem o maior número confirmado de crianças assassinadas ou feridas entre os países onde recentemente se registraram rebeliões populares contra os regimes autoritários.
Segundo o Unicef, entre 18 de fevereiro e 28 de março, pelo menos 26 crianças morreram, 36 ficaram feridas, 47 sofreram violência física durante os protestos e 663 foram expostas a gás lacrimogêneo.
Muhammed Muheisen/Associated Press |
![]() |
Menino participa de manifestação na Universidade de Sanaa (na capital do Iêmen) contra o ditador Ali Abdullah Saleh |
CONSELHO DE SEGURANÇA
Os países-membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas concluíram sem consenso as primeiras negociações sobre a atual crise político-social que atinge o Iêmen. Entre as potenciais medidas podem estar sanções contra o regime de Saleh.
Os membros do órgão foram incapazes de entrar em acordo sobre o tema, depois que as delegações da Alemanha e do Líbano prepararam um comunicado que não recebeu a aprovação de todas as delegações.
Mais cedo, o Conselho tinha sido informado sobre os últimos eventos no Iêmen pelo subsecretário da ONU (Organização das Nações Unidas) para Assuntos Políticos, Lynn Pascoe, e pelo enviado especial da organização ao país árabe, Jamal Benomar. Ambos indicaram que a situação humanitária "se deteriora", destacou à imprensa o embaixador alemão na ONU, Peter Wittig.
Wittig afirmou que a Alemanha, assim como a maioria dos demais integrantes do Conselho, está "muito preocupada" com o curso dos acontecimentos no Iêmen e pede "moderação no uso da força".
O embaixador alemão evitou falar mais sobre o conteúdo do comunicado que sua delegação preparou com o Líbano, mas fontes diplomáticas ocidentais indicaram que a falta de acordo sobre o texto ocorreu porque algumas delegações consideram que "a situação no país é complexa demais e necessita uma análise detalhada por parte de seus governos".
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.