Ainda assim, poucos acham que este será o fim da linha para o primeiro-ministro israelense, que segue no poder após as falhas de segurança em torno do ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.
A medida de dissolução, solicitada pela oposição, só será aprovada se houver rompimento dos membros da coalizão ultraortodoxa. O grupo está desconfortável diante de uma proposta para derrubar uma lei que isenta sua comunidade do serviço militar, uma questão que divide profundamente os israelenses, especialmente durante a guerra na Faixa de Gaza.
Muitos esperam que Netanyahu consiga um acordo de última hora. Mas a votação de quarta-feira representa o desafio mais sério ao seu governo desde o início da guerra.
Os ultraortodoxos rejeitam o serviço militar. A maioria dos homens judeus é obrigada a cumprir quase três anos de serviço militar, seguidos de anos de serviço na reserva. As mulheres judias cumprem dois anos obrigatórios. Politicamente poderosos, os ultraortodoxos, que representam cerca de 13% da sociedade israelense, tradicionalmente conseguem não cumprir o serviço militar se estudam em tempo integral em seminários religiosos, isso tem enfurecido o público.
Após o ataque do Hamas em 2023, Israel ativou 360.000 reservistas, sua maior mobilização desde a guerra do Oriente Médio de 1973. Muitos soldados da reserva cumpriram várias jornadas em Gaza. O número de israelenses que continuam se apresentando para o serviço na reserva caiu tanto que os militares recorreram às redes sociais para recrutamento.
O serviço militar obrigatório é visto como um caldeirão cultural e um rito de passagem. É exatamente por isso que alguns ultraortodoxos não querem que seus filhos sirvam.
Dois partidos são essenciais para a coalizão de Netanyahu. Ambos precisariam votar pela dissolução do governo e forçar novas eleições, incluindo o Shas, que tradicionalmente tem sido mais favorável a Netanyahu.
Na segunda-feira, um porta-voz do Shas disse que o partido planeja votar a favor da dissolução, a menos que haja um avanço nas negociações.
Se o parlamento for dissolvido, o governo ainda enfrentará uma série de etapas burocráticas, incluindo votações adicionais, que provavelmente arrastarão por semanas ou meses, disse Gayil Talshir, professora de ciência política na Universidade Hebraica.
(Com Agência Estado)
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