O veleiro Madleen, interceptado por Israel na madrugada desta segunda, 9, quando tentava chegar à Faixa de Gaza com 12 ativistas pró-palestinos a bordo, entre eles a sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila, foi conduzido à noite para o porto israelense de Ashdod.
O barco foi escoltado por duas embarcações da marinha israelense. O veleiro da ONG Coalizão Flotilha da Liberdade (FFC, na sigla em inglês) zarpou da Itália no dia 1.º com o objetivo declarado de entregar ajuda à Faixa de Gaza.
Os ativistas de França, Alemanha, Brasil, Turquia, Suécia, Espanha e Holanda que estavam a bordo pretendiam romper o bloqueio israelense ao território palestino, mergulhado em uma situação humanitária catastrófica após mais de um ano e meio de guerra. Segundo eles, o veleiro transportava um carregamento simbólico de ajuda humanitária, incluindo arroz e fórmula infantil.
A ONG israelense Adalah, defensora dos direitos da minoria árabe, que afirma ter recebido a incumbência de defender os 12 passageiros, declarou que eles foram transferidos para um centro de detenção onde aguardariam a deportação.
"Se você está assistindo a este vídeo, fomos interceptados e sequestrados em águas internacionais", disse Greta em um vídeo programado divulgado pela FFC.
Imagens divulgadas pelo movimento mostram os ativistas a bordo da embarcação usando coletes salva-vidas laranja, com as mãos levantadas durante a interceptação. Alguns entregaram seus celulares, como foi solicitado, enquanto outros jogaram seus aparelhos e tablets no mar. O Ministério das Relações Exteriores de Israel disse que os passageiros seriam enviados a seus países de origem.
Entre os passageiros está a eurodeputada Rima Hassan e outros cinco cidadãos franceses. A França transmitiu a mensagem a Israel para que a proteção de seus seis cidadãos "seja garantida" e eles possam "retornar", declarou ontem o presidente, Emmanuel Macron, que classificou o bloqueio humanitário a Gaza de "escândalo".
Já o governo brasileiro se pronunciou por meio de nota divulgada pelo Itamaraty, na qual disse acompanhar "com atenção a interceptação e instou "o governo israelense a libertar os tripulantes detidos". Além disso, ressaltou "a necessidade de que Israel remova imediatamente todas as restrições à entrada de ajuda humanitária em território palestino, de acordo com suas obrigações como potência ocupante".
Condenações
O Irã, inimigo declarado de Israel, condenou a interceptação do navio e a considerou um "ato de pirataria". A Turquia classificou a operação como um "ataque odioso" efetuado em águas internacionais, em uma violação do direito internacional.
Após alcançar o litoral egípcio, o veleiro aproximou-se de Gaza, apesar dos avisos israelenses contra qualquer tentativa de romper o bloqueio marítimo.
O governo israelense acusou Greta os outros de "tentativa de encenar uma provocação midiática com a única intenção de fazer publicidade". Israel enfrenta forte pressão internacional para encerrar a guerra, iniciada após os ataques do Hamas ao seu território em outubro de 2023.
Em 2010, uma flotilha internacional de oito navios de carga com quase 700 passageiros, que partiu da Turquia em uma tentativa de romper o bloqueio de Gaza, foi interceptada por uma operação militar israelense que terminou com 10 ativistas mortos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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