AFP |
Soldados participam da cerimônia de transferência do controle de Bagram, base americana mais importante do Afeganistão |
Autoridades americanas entregaram o controle formal da prisão de Bagram, que abriga mais de 3 mil detentos, entre eles alguns dos insurgentes mais perigosos do Talibã e suspeitos de atos terroristas. Conhecida como a "Guantánamo afegã", Bagram foi palco de uns dos episódios mais polêmicos durante a ocupação de forças ocidentais no país, como a queima de exemplares do Alcorão por parte de soldados americanos que gerou uma onda de protestos e distúrbiospelo território afegão.
O presidente Hamid Karzai elogiou a transferência da prisão de Bagram, o único centro de detenção em larga escala do Afeganistão dirigido pelos EUA, como uma vitória para a soberania afegã. Apesar dos elogios, as divergências com Washington continuam. A Casa Branca quer manter o controle de alguns detentos.
Os Estados Unidos recentemente tinham suspendido a transferência de novos detidos aparentemente por causa de desentendimentos com o Afeganistão, que questionou a detenção a longo prazo de suspeitos sem acusação depois de sua captura.
A cerimônia de transferência aconteceu nesta segunda-feira na prisão, ao lado de um campo de pouso dos EUA em Bagram, ao norte de Cabul. Os EUA já deram ao Afeganistão autoridade sobre a maior parte dos 3 mil detidos na base antes de 9 de março, quando os dois países assinaram um acordo de transferência garantida.
Situada a 60 quilômetros da capital Cabul, Bagram ainda foi alvo de denúncia de abusos de direitos humanos. Uma reportagem da BBC, revelou uma série de abusos e tortura no interior da prisão, em 2010. Organizações, como a Anistia Internacional, criticam frequentemente a administração americana do centro. Segundo ativistas, soldados mantêm centenas de presos, entre eles menores de idade, sem acesso a advogado ou julgamento.
Talibãs estariam dispostos a aceitar presença dos EUA
Um relatório, publicado nesta segunda-feira pelo Royal United Services Institute, mostra que figuras importantes do Talibã estão dispostas a negociar um cessar-fogo e poderiam aceitar a presença militar americana no país em troca de um acordo de paz.
Segundo o documento, os insurgentes estariam dispostos a se afastar da rede terrorista da al-Qaeda e a negociar até a possibilidade de educar meninas - uma das proibições do grupo extremistas, mas os quatro talibãs entrevistados pelo relatório se negam a sentar numa mesa de negociações com o presidente Karzai.
O instituto entrevistou quatro veteranos do Talibã, entre eles dois ex-ministros do antigo governo insurgente que ainda fariam parte da cúpula do grupo. Um seria próximo do mulá Mohammad Omar, o líder do Talibã. O terceiro é descrito como ex-comandante mujahideen e negociador imporante do grupo, apesar de não fazer parte da insurgência em si. O último seria um mediador afegão com larga experiência em negociar com os extremistas.
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