A reportagem afirma que o presidente americano enviou ontem um negociador para Damasco para firmar o acordo que teria os EUA como fiadores. O jornal israelense, no entanto, não cita o nome do enviado de Trump nem diz com quem ele se reunirá.
O enviado dos EUA à Síria, Tom Barrack, estava ontem em Beirute. Steve Witkoff, enviado para o Oriente Médio, foi despachado ontem para as negociações no Catar. O presidente sírio, Ahmed al-Sharaa, está nos Emirados Árabes Unidos.
Mudança
Ontem, como sinal de boa vontade, a Casa Branca revogou a designação de organização terrorista do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), um grupo que já foi ligado à Al-Qaeda e é liderado por Sharaa, que assumiu o controle da Síria, em dezembro.
Sírios e israelenses já estão envolvidos em negociações "avançadas", mediadas pelos EUA, para reduzir as tensões na fronteira entre os dois países. Israel e Síria estão tecnicamente em estado de guerra desde 1948, quando ambos os países foram criados.
Os sucessivos governos em Damasco nunca reconheceram a existência de Israel e os dois países se envolveram em três conflitos abertos: a Guerra Árabe-Israelense, de 1948, a Guerra dos Seis Dias, de 1967, e a Guerra do Yom Kippur, de 1973. As coisas mudaram, no entanto, desde que a ditadura de Bashar Assad caiu em dezembro. A oposição síria assumiu o controle da maior parte do país, agora comandado por Sharaa, que vem se apresentando como um líder moderado e pragmático.
Novos tempos
"Os tempos dos bombardeios intermináveis devem acabar. Nenhuma nação prospera quando seus céus estão cheios de medo. A realidade é que temos (Síria e Israel) inimigos comuns e podemos desempenhar um papel importante na segurança regional", afirmou Sharaa, em junho, em referência ao Irã - Assad era apoiado pelo regime iraniano.
Em maio, Sharaa se reuniu por 40 minutos com Trump, em Riad, na Arábia Saudita, um encontro impensável até bem pouco tempo. Na ocasião, o presidente americano saiu encantado, dizendo que o sírio era "bonito e durão", e pediu a normalização das relações com Israel.
Mas a tarefa não será fácil. O governo de Netanyahu exige o reconhecimento da soberania israelense sobre as Colinas do Golan, território sírio ocupado em 1967. Na semana passada, Sharaa afirmou que quer de volta pelo menos um terço do território para um acordo avançar. "Não existe esse negócio de paz de graça", afirmou.
Invasão
Outra questão é o que fazer com o território sírio ocupado por Israel durante os momentos finais do regime de Assad. Nos últimos meses, os israelenses já expulsaram moradores e construíram dez bases militares dentro da Síria - uma delas no Monte Hermon, ponto mais alto da Síria - e não parecem dispostos a devolver o território. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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