Mais de mil estudantes iniciaram nesta segunda-feira uma marcha em repúdio à determinação do prefeito de Providência, na região metropolitana de Santiago, Cristian Labbé, de fechar os colégios de sua cidade ocupados pelos estudantes e negar a renovação de matrículas de alunos de outros municípios do país.
A marcha, não autorizada pela Prefeitura, reúne estudantes dos colégios afetados e de outras instituições de ensino de Santigo, como o Liceu de Aplicação, o Liceu de Meninas e o Instituto Nacional. Eles caminham em direção à sede da Prefeitura para realizar uma manifestação contra o governante.
"Gritaremos e faremos um 'panelaço' para mostrar nosso repúdio em relação às ações anunciadas na sexta-feira e contra a repressão generalizada", assinalou a porta-voz dos estudantes secundaristas, Danae Díaz.
Labbé, ex-coronel do Exército e colaborador próximo do ex-ditador Augusto Pinochet, solicitou na sexta-feira a presença policial nos colégios José Victorino Lastarria e Carmela Carvajal, conhecidos por seu rendimento de excelência.
Na ocasião, a polícia reprimiu duramente os estudantes dentro da escola Lastarria com gases lacrimogêneos.
O presidente do Centro de Alunos do colégio disse que com a marcha eles querem mostrar que o prefeito mente, "que aqui se jogaram lacrimogêneos, que aqui houve enfrentamentos".
Sebastian Silva/Associated Press |
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Estudante secundarista é detido pela polícia durante manifestação em frente à prefeitura de Providência, no Chile |
DESMENTIDO
Labbé, do partido governista União Democrática Independente (UDI), garantiu no domingo à noite que informou ao governo previamente sobre sua decisão, o que o ministro da Educação, Felipe Bulnes, desmentiu hoje.
"Quero desmentir categoricamente o que assinalou ontem o prefeito Labbé de que havia me informado do conjunto de decisões que adotou na sexta-feira", declarou Bulnes.
O ministro acrescentou que "jamais foi informado pelo prefeito que ele pretendia declarar encerrado o semestre acadêmico ou o ano escolar, fechar os estabelecimentos de suas cidades, excluir os alunos que não forem da cidade".
Sobre as medidas, ele ainda disse que, primeiro, serão avaliadas a pertinência e validade legal destas. "Vamos determinar o canal correto e, uma vez que o senhor Labbé explicitar exatamente o que está pensando, vamos julgar a legalidade", completou.
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