O norueguês que assumiu a responsabilidade pelo duplo atentado que matou 93 pessoas em Oslo, comparece nesta segunda-feira (25) em uma audiência no tribunal da capital, onde vai se explicar e declarar-se inocente por atos terroristas, anunciou no dia anterior seu advogado Gerr Lippestad.
Anders Behring Breivik, de 32 anos, confessou ter executado o bombardeio no centro de Oslo e ser o atirador do massacre em um acampamento de jovens na ilha de Utoeya, mas nega qualquer responsabilidade criminal.
Em declarações à TV pública da Noruega NRK, o advogado disse que Breivik foi motivado por um desejo de fazer uma revolução na sociedade norueguesa para derrotar as políticas de imigração liberal e a expansão do Islã.
- Ele sabia que era horrível ter que cometer esses atos, mas na sua cabeça eles eram necessários. Ele queria uma mudança na sociedade e, a partir de sua perspectiva, precisava forçá-la através de uma revolução.
Depois de detonar uma bomba que matou sete pessoas no centro administrativo de Oslo, Breivik executou um tiroteio em um acampamento de verão da juventude do Partido Trabalhista, matando pelo menos 86: o maior massacre feito por um único atirador nos tempos modernos.
ACAMPAMENTO ERA FORMADO POR MUITOS IMIGRANTES
As motivações de Breivik se confirmam ao se levantar que estavam no acampamento muitos imigrantes ou filhos de imigrantes. O “público” parecia perfeito para o norueguês levar a cabo seus planos, revelados com detalhes em um manifesto de 1.518 páginas publicado na internet.
Nos últimos anos, o governo da Noruega abriu as suas portas para refugiados em busca de asilo. Um dos sobreviventes do tiroteio, Kazemi Hussein, de 19 anos, pediu refúgio na Noruega há dois anos. O afegão ficou com feridas de bala nas duas pernas e no braço.
Hussein contou à TV pública canadense, CBC, que o tiroteio começou logo depois que ele terminava um jogo de futebol com companheiros de partido do Afeganistão, Geórgia, regiões curdas da Turquia e do Iraque, Sri Lanka, Somália, Líbano e outros países.
A polícia disse que o norueguês ainda tinha um "montante significativo" de munição quando foi detido.
O cirurgião-chefe de um hospital que tratou 16 vítimas do massacre revelou neste domingo (24) que o assassino usou balas especiais destinadas a desintegrar-se dentro do corpo e causar o máximo de danos internos.
INVESTIGAÇÕES NÃO DESCARTA ENVOLVIMENTO DE TERCEIROS
Citado pelo jornal britânico The Guardian, o chefe da polícia de Oslo, Sveinung Sponheim, disse que está investigando depoimentos de testemunhas da ilha que falam na ação de mais de um atirador.
Um investigador norueguês acrescentou: "Nossa prioridade no momento é estabelecer se ele [Breivik] operou sozinho [o ataque]".
Segundo o Guardian, na medida em que sugiram detalhes de filiações possíveis de Breivik com extremistas britânicos, as autoridades passaram a investigar se ele viajou para Londres com o objetivo de planejar sua "cruzada" de direita.
Ainda de acordo com o jornal britânico, forças de segurança confirmaram que há relatos de que o assassino e outros ativistas de extrema-direita participaram da reunião inaugural do grupo radical Templar Knights em Londres, em 2002.
Ontem, polícia norueguesa prendeu seis suspeitos supostamente relacionados aos atentados da última sexta-feira.
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