Os sauditas têm laços econômicos, religiosos e de segurança estreitos com o Paquistão, incluindo, segundo relatos, o fornecimento de financiamento para o programa de armas nucleares de Islamabad durante a sua confecção. O acordo já era previsto por analistas desde o aumento nas tensões de Riad com o Irã.
Mas o momento do anúncio do pacto parecia ser um aviso para Israel, que virou o panorama político da região de cabeça para baixo desde o início da guerra com o grupo terrorista Hamas, que abrangeu ofensivas contra o Irã, Líbano, Síria, Iêmen e Catar. O pacto marca a primeira decisão de defesa importante por um país árabe do Golfo desde o ataque a Doha.
Pacto
O acordo de segurança foi assinado pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, e pelo primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif. Embora não discuta especificamente se o guarda-chuva nuclear paquistanês faria parte do acordo, um comunicado das chancelarias dos dois países aponta que "qualquer agressão contra qualquer um dos países será considerada uma agressão contra ambos".
Um alto funcionário saudita, falando em condição de anonimato ao jornal britânico The Financial Times, pareceu sugerir que a proteção nuclear do Paquistão fazia parte do acordo, dizendo que "utilizará todos os meios defensivos e militares considerados necessários dependendo da ameaça específica".
Relação entre os dois países
Paquistão e Arábia Saudita têm uma relação de defesa que se estende por décadas, em parte devido à disposição de Islamabad em defender Meca e Medina, as cidades mais sagradas para a religião islâmica. Tropas paquistanesas viajaram pela primeira vez à Arábia Saudita no final dos anos 1960, devido às preocupações com a guerra do Egito no Iêmen na época. Esses laços aumentaram após a Revolução Islâmica do Irã em 1979 e os temores do reino de uma confrontação com Teerã.
O Paquistão desenvolveu seu programa de armas nucleares para contrapor as bombas atômicas da Índia. Os dois vizinhos se enfrentaram em diversas guerras nos últimos anos. Acredita-se que a Índia tenha um total estimado de 172 ogivas nucleares, enquanto o Paquistão tem 170, de acordo com o Boletim dos Cientistas Atômicos, publicado nos EUA.
O ministério das Relações Exteriores da Índia reconheceu o pacto entre Arábia Saudita e Paquistão e disse que "estudará as implicações deste desenvolvimento para nossa segurança nacional, bem como para a estabilidade regional e global." A Arábia Saudita também mantém laços estreitos com a Índia. (Com informações da Associated Press)
(Com Agência Estado)
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.