O presidente do Sindicato dos Servidores do Judiciário de Mato Grosso (Sinjusmat), Rosenwal Rodrigues, disse que o Poder Judiciário do Estado vive uma crise profunda e que a qualquer momento pode implodir pelos problemas que enfrenta.
Rosenwal Rodrigues aponta que as fissuras do setor vão além daquelas mostrados pelos servidores e que resultou em paralisação. Um dos problemas da crise que afeta o sistema é de uma estrutura que não consegue chegar em localidades que deveriam ter o poder judiciário atuante.
Entre as comarcas citadas pelo presidente do Sinjusmat que enfrentam a deficiência na justiça, está a falta servidores em municípios como Apiacás, Confresa, Porto Alegre no Norte. Segundo Rosenwal, o próprio presideten do Tribunal de Justiça, Rubens de Oliveira já pediu uma força-tarefa para socorrer as comarcas.
Mayke Toscano/Hipernotícias |
Rosenwal, presidente do Sinjusmat, disse que alternativas devem ser criadas para evitar a implosão do sistema judiciário em Mato Grosso. |
Há 10 anos à frente do Sindicato, Rosenwal quer levar documento ao TJ para que medidas sejam tomadas para reverter algumas situações. “Uma das alternativas que podem amenizar a crise é a informatização do setor, assim acaba com o papel e reduz o curto com o material. Existem outras alternativas que ainda estamos elaborando, mas o fato é que o Poder Judiciário vive uma crise profunda e se não reverter essa situação o caos será de fato instalado”.
Existe um déficit de servidores no interior que gera o acúmulo de processos na Capital do Estado.
“Todas as áreas estão precisando de servidores para trabalhar, neste momento precisamos de 40 analistas e há uma carência muito grande de oficial de justiça no interior”.
A conseqüência dessa deficiência toda, conforme explica Rosenwal e impunidade pela ausência da justiça no interior.
Sobre a repercussão do auxílio-moradia concedido aos promotores de Justiça, Rosenwal acredita tratar-se de um imoralidade. “O auxílio anual para um promotor de justiça chega a R$ 30 mil anual, enquanto isso estamos vivendo a crise de falta de profissionais”.
CATEGORIA
Os servidores da judiciário são divididos nas carreiras de Oficial de Justiça; Analista; técnico, oficial de justiça; Distribuidor/partidor/contador (formam a mesma carreira) e agente da infância e adolescente.
Os servidores conseguiram a aprovação do auxílio-alimentação, recomposição inflacionária anual de 6,47%. Agora a luta será pelo passivo do URV (Unidade Real de Valor) um conversão que deveria ser feita desde 1994 e que, segundo o Sinjusmat, até hoje não foi atendida pelo Governo.
Em 2010, os servidores paralisaram as atividades e fizeram greve durante 4 meses – a maior da história do judiciário no Estado.
Atualmente, o Judicário demitiu 100 pessoas, por força maior da legislação que não permite contratos de profissionais por mais de 4 anos. A previsão é que no total sejam demitidos mais de 300 servidores contratados até o final do ano.
Sobre as reivindicações da categoria Rosenwal explica: “O nosso é o pior Sindicato brasileiro porque é a esfera estadual, e quem julga as nossas reivindicações? O judiciário estadual, justamente as pessoas que estamos chamando a atenção para mudar a realidade, por isso defendemos que haja um órgão neutro como o Tribunal Regional Trabalho (TRT), instância federal, para julgar nossa lutas”.
OUTRO LADO (atualizado 15h59)
O Tribunal de Justiça informou, por meio da assessoria, que até o momento não conseguiu contato com o presidente Rubens de Oliveira, e que assim que tiver uma posição, logo entrará em contato com a redação do Hipernotícias.
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