A juíza Alethea Assunção Santos, da 7ª Vara Criminal remeteu, nesta quinta-feira (12), o processo contra quatro policiais que seriam os responsáveis pelo assassinato do advogado Renato Nery, em julho de 2024, para a Vara Especializada em Justiça Militar. A decisão atendeu um pedido do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), que apontou um “erro do sistema”, que não havia protocolado o processo na vara competente
Os policiais militares Jorge Rodrigo Martins, Wailson Alesandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Leandro Cardoso foram denunciados por abuso de autoridade, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e falsidade ideológica. De acordo com a denúncia do MPMT eles fariam parte do “núcleo de obstrução” da investigação do assassinato, uma vez que teriam sido eles os responsáveis por ocultar a arma usada no crime.
Os quatro foram presos, em março de 2025, durante a realização da Operação Office Crime, deflagrada pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o assassinato do advogado. Eles também eram investigados por outra operação, a Simulacrum, da DHPP o MP que investiga uma organização criminosa responsável por assassinatos em confrontos forjados. Foi por meio dessa investigação, que foi descoberta que arma do crime foi ‘plantada’ em um suspeito em um desses confrontos.
No entanto, no final de maio, a Justiça concedeu liberdade provisória a eles mediante cumprimento de medidas cautelares. Na decisão, o juiz Francisco Ney Gaíva da 14ª Vara Criminal de Cuiabá argumentou que a prisão preventiva não pode se fundamentar unicamente na gravidade do delito imputado, sob pena de violação aos princípios da presunção de inocência, do devido processo legal e da proporcionalidade.
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O CRIME
O advogado Renato Nery foi assassinado em 5 de julho de 2024, em Cuiabá, ao chegar em seu escritório. Ele foi baleado na cabeça e, apesar de ter sido socorrido e submetido a cirurgia, faleceu no dia seguinte. As investigações apontam que o crime foi motivado por uma disputa de terras, envolvendo um casal de empresários, César Jorge Sechi e Julinere Goulart Bastos, que teriam encomendado o assassinato por vingança após perderem uma ação judicial contra Nery. O executor do crime, Alex Roberto de Queiroz Silva, confessou ter sido contratado para realizar o homicídio.
A investigação revelou que o crime foi planejado por uma organização criminosa estruturada, dividida em quatro núcleos: mandantes, intermediários, executores e obstrução de provas. Além do casal de empresários, policiais militares também foram presos por envolvimento na manipulação da cena do crime e tentativa de encobrir os responsáveis.
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