A advogada Karyme Pedrosa disse ao HNT TV que a estabilidade econômica do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) está ameaçada após o escândalo das fraudes de mensalidades de associações vir à tona. Segundo Karyme, caso os beneficiários ingressem na Justiça contra o órgão, o INSS pode não ter autossuficiência financeira para arcar com os custos da onda de processos. A advogada ressaltou que todos os aposentados e pensionistas vítimas do esquema de lavagem de dinheiro serão ressarcidos, mas, conforme ela, é preciso considerar que o INSS está entre a lista de lesados.
"Se cada um desses aposentados e pensionistas entrarem individualmente, postulando também indenização por dano moral, quem que vai pagar essa conta? Vai ser o INSS", falou Karyme.
"Esse valor não foi revertido para o INSS, ele foi revertido para pessoas físicas que utilizaram desses termos de cooperação com más intenções, com o único objetivo de prejudicar, de, literalmente, roubar da população, vamos dizer assim. Mas o INSS também foi lesado, ele não está junto, vamos dizer assim, foram terceiros que utilizaram da instituição", completou a advogada.
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A Polícia Federal estima que o esquema desviou cerca de R$ 6,3 bilhões. O total de beneficiários prejudicados é calculado em 9 milhões, dessa porcentagem, 1,8 milhão entraram em contato com o INSS para notificar o órgão.
As devoluções já terão início em junho com o abono da mensalidade de maio. Uma reportagem da CNN detalhou o modus operandi das associações. Elas tinham equipes treinadas para ler um script induzindo os aposentados, principais vítimas, a aceitar fazer os pagamentos. Para consentir bastava que ficassem em "silêncio" durante as ligações.
Baseada no inquérito a Justiça determinou o sequestro de bens de diretores de associações ligadas ao esquema e a exoneração de servidores do alto escalão do INSS. Porém, Karyme Pedrosa reforça que a retenção dos bens pode não ser equivalente ao prejuízo do órgão.
"Foi segurado bens? Foi. Mas será que vai ter o suficiente para todo mundo que foi lesado, para devolver de todo mundo? Então, são coisas que a gente só vai ver nos próximos meses. O que nos preocupa, por exemplo, é se o serviço, se o orçamento público, se os cofres públicos vão conseguir de volta todo esse valor que perder porque eu acredito que o INSS, ele vai sim ser responsabilizado a devolver", explicou.
"E mesmo que houve aí essa apreensão de bens, inúmeros bens, bens de alto valor, não se sabe se vai conseguir depois, como que a gente fala, reembolsar os cofres públicos. O que a gente sabe agora é que vai acabar sobrando para o INSS", concluiu a advogada.
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