Bortoleto, de 19 anos, faz uma disputa direta com o experiente finlandês Valtteri Bottas, vice-campeão mundial nas temporadas 2019 e 2020, na época que pilotava pela Mercedes. Bottas é um dos pilotos titulares da atual Kick Sauber, mas só tem contrato até o fim desta temporada. O chinês Guanyu Zhou vive a mesma situação na equipe, porém está mais longe de uma renovação, pela falta de experiência e de resultados.
Nas últimas semanas, Bortoleto se tornou o favorito nesta disputa em razão do bom desempenho que vem apresentando em sua primeira temporada na Fórmula 2, principal categoria de acesso à F-1. Após um fraco início de campeonato, o brasileiro reagiu nas últimas semanas, obteve uma vitória heroica na Itália e pode assumir a liderança do campeonato neste fim de semana.
Além disso, ele mostrou boa performance em teste feito com uma versão antiga da McLaren no circuito Red Bull Ring, na Áustria, na semana passada. O brasileiro é piloto de desenvolvimento da tradicional equipe britânica, que contou com Ayrton Senna em seu auge na década de 90.
O obstáculo ao acerto de Bortoleto com a Audi-Sauber, segundo apurou o Estadão, é justamente o seu vínculo atual com a McLaren. Com contrato até o fim do ano, o brasileiro precisa cumprir diversos compromissos com o time, que, ao menos em tese, tem preferência em relação ao futuro do piloto. A equipe também dá suporte a Bortoleto em sua disputa na F-2.
A equipe que já teve Senna conta atualmente com dois nomes consolidados como titulares: Lando Norris e Oscar Piastri, que se mantêm na disputa pelo título mundial da Fórmula 1.
A favor do brasileiro está o apoio maciço de Fernando Alonso, seu padrinho na F-1. O espanhol bicampeão mundial é dono da empresa a14management, que agencia a carreira de diversos pilotos, entre eles Bortoleto. Alonso já elogiou o talento do brasileiro diversas vezes.
Nos últimos dias, ele demonstrou expectativa de ver o pupilo no grid da F-1. "Ele tem um talento incrível e é muito modesto. Acho que é uma das coisas que precisamos trabalhar. Além do talento, ele trabalha duro, e é por isso que ele cresceu na F-2 e na F-3. E, como dissemos, ele venceu na F-3 como um estreante e está lutando pelo título na F-2 como um estreante, então é uma grande conquista", declarou o espanhol, nesta semana. "É apenas uma questão de tempo de ele chegar à F-1."
Se Bortoleto ficar com a vaga na Audi-Sauber, o Brasil encerrará um jejum de sete temporadas sem um representante no grid. O último piloto do País a disputar um campeonato inteiro foi Felipe Massa em 2017, pela Williams. Desde então, Pietro Fittipaldi foi o único brasileiro a pilotar em uma corrida da F-1 em 2020 nos GPs do Bahrein e de Abu Dabi, em substituição ao francês Romain Grosjean, que sofrera grave acidente e não pôde pilotar pela Haas nas duas últimas corridas daquele ano.
(Com Agência Estado)
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