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Há 40 anos, um engenheiro chamado Ézaro Medina Fabian abriu uma construtora em Londrina. A Plaenge começou numa sala de 18 metros quadrados; o espaço era cedido por um amigo e o telefone era a extensão emprestada por um vizinho. Fatos como esse marcaram a história da Plaenge e são contados com maestria pelos dois autores que estarão presentes no lançamento do livro.
Cuiabá não fica de fora da obra, na década de 80 começa a vida da construtora no estado, que foi do frio europeu de Curitiba ao calor tropical de Cuiabá. Personagens como o escritor e jornalista Onofre Ribeiro, contam como a capital mato-grossense ajudou a escrever a história da Plaenge.
Hoje a construtora reúne mais de 1.600 colaboradores e atua fortemente nas cidades de Cuiabá, Campo Grande, Dourados, Ponta Grossa, Maringá, Curitiba, Londrina e Joinville. A empresa também marca presença no exterior. Está no mercado imobiliário do Chile desde 2009. Ao longo de seus mais de 40 anos de atividade, entregou mais de 160 empreendimentos onde residem 45 mil pessoas.
Autores - Nascido em 1970, em São Paulo, Paulo Briguet é jornalista e autor do livro de crônicas "Repórter das Coisas". Paulo também é escritor da Carta de Londrina, coluna semanal na qual fala sobre um mundo que consegue ser pequeno e vasto ao mesmo tempo.
Domingos Pellegrini nasceu no Paraná, em 1949. É formado em Letras e trabalhou com publicidade e jornalismo. Ganhador dos prêmios Jabuti de 1977 (com seu livro de estreia, o volume de contos "O homem vermelho") e de 2001 (com o romance "O caso da chácara chão"), é autor de várias obras que inclui livros infanto-juvenis. Atualmente, colabora com diversos jornais.
Para falar um pouco sobre como foi a construção da história de uma grande empresa por meio da trajetória de seus colaboradores. A seguir os dois autores - um contista e outro cronista - falam de como aconteceu a redação do livro.
Como foi elaborada a concepção do livro, a escolha da narrativa de como contar a história da Plaenge?
Paulo e Domingos - A estrutura sugerida por Pellegrini consistiu em dividir a história da empresa em quatro partes, correspondentes às décadas de 70, 80, 90 e 2000. Para cada período de tempo, escolhemos um conceito central da empresa: anos 70, os fundamentos; anos 80, o crescimento; anos 90, a mudança; anos 2000, o futuro. Contamos a história da Plaenge considerando-a como uma personagem. A construção do sonho é, portanto, uma biografia institucional. Ao final do processo, percebi que havia mais semelhanças entre os desafios de escrever um livro e construir um prédio. Durante a fase das entrevistas, em que ouvi diversos engenheiros, fiquei sabendo, meio por acaso, que o apóstolo Paulo, um dos meus escritores preferidos, foi construtor de tendas na juventude (era uma tradição de sua família) e fez, com as próprias mãos, o primeiro templo cristão da história. Sócrates, o pai da filosofia ocidental, foi um pequeno construtor civil na juventude. E o poeta irlandês W. B. Yeats, um de meus preferidos, ergueu uma torre em homenagem à sua mulher.
Quanto tempo duraram as entrevistas e a redação do livro? Você visitou todas as cidades que tem sede da Plaenge?
Paulo - As entrevistas foram feitas em duas fases. A primeira, de julho de 2009 a fevereiro de 2010. Entreguei a primeira versão do livro em abril de 2010. Mas os diretores decidiram que seria interessante ouvir mais algumas pessoas; passei, então, à segunda fase de entrevistas, entre maio e setembro de 2010, o que acabou gerando um atraso na edição, mas resultou numa significativa melhora do texto. Além das entrevistas em Londrina, que é a minha cidade, estive em Cuiabá, Campo Grande e Curitiba. Eu costumo dizer que, para se escrever um bom livro, é preciso ter material para três. E certamente eu poderia escrever mais dois livros com histórias interessantíssimas dos amigos e parceiros da Plaenge.
Você são jornalistas, um cronista e o outro contista ambos tem apego ao cotidiano em seus textos. Neste trabalho, o que foi mais prazeroso e mais difícil fazer? Já que tratou sobre um único tema a história da empresa, e a trajetória de dezenas de colaboradores dentro dela?
Paulo e Domingos - Um escritor que admiro já disse que todo trabalho honesto é difícil mesmo que seja feito com prazer. Eu mantive o entusiasmo durante todo o projeto. É importante notar que os diretores optaram pelo caminho mais difícil contar a história da empresa através da história das pessoas. Poderiam perfeitamente selecionar um pequeno grupo de entrevistados e usar como fonte o material produzido pela empresa ao longo de quarenta anos. Mas não: o caminho escolhido foi ouvir pessoas de todos os níveis de atuação que tivessem um profundo envolvimento com a marca. Ouvi engenheiros de todas as especialidades, mestres de obras, arquitetos, advogados, administradores, ex-funcionários, um desenhista, uma dona de cartório, um padre, um antigo empreiteiro, um urbanista, um historiador, um gerente de recursos humanos,
dois topógrafos, um ex-goleiro... Nem sempre o melhor caminho é o mais fácil. E a Plaenge, como sempre, optou pela qualidade, não pela facilidade.
Qual a impressão sobre a marca Plaenge antes e depois do Livro?
Paulo e Domingos - Com esse livro, a Plaenge passou a fazer parte das nossas vidas.
Em algum momento da pesquisa vocês descobriram algo que surpreendeu?
Paulo e Domingos - Várias coisas nos surpreenderam, mas não queremos tirar o prazer de quem poderá descobri-las no livro. Nem imaginávamos que a Plaenge havia começado tão pequena, numa sala de 18 metros quadrados, com uma extensão de telefone emprestada pelo vizinho dentista, para depois se tornar uma das maiores construtoras do país. E o trabalho de construção das fábricas de Coca-Cola, por si só, mereceria um livro. As obras para a Coca-Cola reúnem tudo aquilo de que precisa uma boa narrativa: surpresa, reviravolta, emoção, riso, dor, perseverança, obstinação, conflito e conquista.
O que você acha que une os colaboradores da Plaenge, durante a redação ou nas entrevistas, algo ficou evidente como característica entre os colaboradores, que figuram no livro, e estão lá até hoje?
Paulo e Domingos - Todos eles, sem exceção, amam a Plaenge inclusive os que hoje não atuam mais nos quadros da empresa. Não foi por acaso que pensamos na Plaenge como uma personagem. Ela é uma personagem, uma protagonista na vida de muitas pessoas. Não apenas dos fundadores, diretores e funcionários, mas também na vida de milhares de pessoas que moram ou trabalham em obras construídas pela Plaenge. São todos filhos da Plaenge.
Qual a sua contribuição de cronista neste livro?
Paulo - Eu costumo dizer que todos os meus textos são crônicas disfarçadas. A crônica é a minha voz interior, a minha linguagem de coração, a minha tentativa de romper a solidão que tantas vezes caracteriza a vida humana. Se um dia eu deixar de ser cronista, deixarei também de ser Paulo. Contei com a parceria fundamental do Domingos Pellegrini, um escritor que eu admirava muito antes de conhecer pessoalmente. Peço licença para dizer, com toda humildade, que nós dois fomos os cronistas da Plaenge.
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