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Empreendedor Sábado, 16 de Julho de 2011, 16:20 - A | A

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Sábado, 16 de Julho de 2011, 16h:20 - A | A

CASE DE SUCESSO

A cultura de receber bem como forma de empreender da família de Leila Malouf

Criatividade e requinte unem duas gerações em prol de empresas do segmento gastronômico em Cuiabá

ISADORA SPADONI
[email protected]

Foi a pedido de alguns amigos que, aos 40 anos, dona Leila Malouf fez dos seus dotes culinários e hábito de receber bem uma forma de empreender. Descendente de libaneses, e casada com um, a sua família é daquelas que têm o hábito de fazer encontros em casa, cozinhar, conversar. Em 1993, com a ajuda da cozinheira Darci, que ajudava dona Leila na cozinha, e do motorista Odenir, encarregado pelo transporte das mercadorias, o Buffet Leila Malouf passou a promover festas em outras casas.

Os cardápios eram improvisados, feitos à mão, mas no serviço ofertado a maestria era atributo principal. Por cozinhar muito bem, os pratos de dona Leila naturalmente agradavam a todos os clientes. Na época não havia muitos buffets em Cuiabá, e aos poucos, pelo bom gosto, a empreendedora foi se sobressaindo.

O filho de dona Leila, Alan, foi o apoio familiar inicial para dar o sustento necessário ao empreendimento. Alan era proprietário de uma boate, e como toda boate, festas de 15 anos e outros eventos são muito comuns. Nessas ocasiões, era o Buffet de dona Leila o encarregado de fornecer as refeições. Hoje responsável por chefiar a cozinha do Buffet junto à mãe, Ariani Malouf conta que a união familiar foi responsável pela consolidação da empresa. “A minha mãe teve um suporte familiar para que a empresa se constituísse dessa forma. Porque sozinha, talvez a empresa ainda estivesse pequenininha”.

Widson Maradona

Além de Ariani e Alan, a filha Alexa também foi se somar na área comercial. Há seis anos, o grupo incorporou mais dois diretores, Beatriz e Silmar, que segundo Ariani “são nossos braços direito e esquerdo”. Silmar cuida da parte financeira e Beatriz da parte de gestão. “Graças também a eles hoje nós temos uma estrutura de equipe e logística que dá suporte ao volume de eventos que oferecemos”.

E bota volume nisso. O Buffet Leila Malouf hoje não atende mais aos eventos na boate de Alan, que se tornou diretor-geral da empresa, mas contabiliza cerca de mil eventos promovidos ao ano, o que equivale a mais ou menos 300 mil pessoas apreciando bom gosto e sofisticação reconhecidos nacionalmente.

Desde pequenos encontros de no mínimo dez pessoas, a festanças grandiosas de até cinco mil convidados, o Buffet Leila Malouf sempre surpreende – contratante e convidado, que vê na assinatura uma motivação a mais para ir a uma festa.

NOVO SABOR

Através do Buffet a família foi abrindo novos empreendimentos, a exemplo da empresa de refeições coletivas Novo Sabor. Pela Novo Sabor são fornecidas duas mil refeições por dia para funcionários de construtoras, empreiteiras e outros segmentos. O objetivo, segundo Ariani, é chegar a cinco mil refeições diárias – que não são servidas em marmitas, seguindo os padrões Buffet. “É um ramo novo pra gente. Estamos nos estruturando, e pretendemos esperar até o fim do ano para alcançar essa meta”.

O SONHO DE TODO CHEF

Ariani hoje se divide entre o Buffet e o Mahalo, restaurante inaugurado em novembro de 2006 e chefiado por ela. Com o slogan de “cozinha criativa”, ele é a complementação do que já havia sendo ofertado em grandes festas, só que em menor escala. “Eu me realizo muito no Buffet, mas é no restaurante que consigo dar aquela personalizada, fazer um prato individual, especial para a pessoa”. Cada tijolo do Mahalo foi colocado com o objetivo de ser um restaurante, complementa Ariani. E até a concretização do que ela diz ser “o sonho de todo chef de cozinha (é ter um restaurante)”, Ariani fez algumas viagens pela Europa em busca de referências. Até então ela residia na cidade de São Paulo.

Em 2009 o Mahalo foi considerado o restaurante novidade do ano pelo guia Quatro Rodas e desde e então conta com uma estrela. “Foi muito legal. E isso rende muitos clientes também, pois existem muitas pessoas que seguem o guia, que viajam, e isso dá uma segurança a eles, pois houve uma inspeção não só do ambiente quanto da cozinha, do armazenamento”, explica a chef.

No Mahalo, Ariani conta com uma equipe de líderes que a ajudam a gerir o empreendimento. São 50 funcionários divididos entre os turnos do dia e da noite, entre chefe de cozinha, gerente, maitres responsáveis, segurança.

Widson Maradona

UMA LEMBRANÇA, UM LIVRO, UMA VIAGEM

Formada em gastronomia pelo Le Cordon Bleu, Ariani Malouf, já possui uma bagagem de 15 anos na cozinha. Começou efetivamente a trabalhar no segmento aos 17, e depois disso nunca mais parou. Todos os anos faz viagens e estágios, buscando aprimorar seu conhecimento e aguçar o paladar. A composição de pratos é resultado disso. “A inspiração muitas vezes vem de uma lembrança, um livro, uma viagem. E aí você começa a juntar as coisas”, explica. “Quando eu viajo, seja de férias ou a trabalho, eu já viajo com meu olhar super afinado. Quero saber a cultura desse povo, a culinária base de cada região. E você vai acumulando experiências. Pra mim o processo criativo vem muito dessa história”, complementa.

A cozinha do Mahalo é contemporânea, atual. Ariani associa as referências da culinária francesa (Le Cordon Bleu) às suas viagens. “Faço uma mistura e aproveito os ingredientes brasileiros, o que a gente tem na nossa terra. E isso resulta na cozinha contemporânea”. No Buffet também é seguida a mesma tendência, o que difere é que há espaço para pedidos específicos: cozinha árabe, mexicana, japonesa, italiana, tailandesa. Ariani pesquisa, testa os pratos e faz. “Há uma flexibilidade maior, até porque cada evento é um evento. E a gente quer fazer aquilo que o cliente sonha e deseja”.

CONSTRUÇÃO DE UM SONHO

A inauguração do Espaço Leila Malouf, segundo Ariani, foi a construção de um sonho cultivado há vários anos. “Como no final das contas a gente foi trabalhar junto, eu, minha irmã e meu irmão, justificava investir nesse negócio”, explica. Havia mercado, como ainda tem. O planejamento da obra ia tomando corpo conforme as avaliações de mercado eram positivas, e a ideia amadurecia.

De área construída são oito mil metros quadrados, sendo apenas dois mil metros reservados para o salão propriamente dito, e o restante para o bem-estar do cliente e do colaborador. Da área total contabilizam 38 mil metros quadrados, que ainda pretende comportar uma ampliação futuramente, de acordo com os planos da família.

Para otimizar a produção e estrutura montada, são 24 horas de trabalho. A equipe do Buffet trabalha entre os turnos da manhã e noite e a equipe do Novo Sabor trabalha durante a madrugada. O Espaço Leila Malouf comporta escritório, estrutura para colaboradores, com refeitório, dormitório, sala de descanso, academia de ginástica. “A gente fez pensando no bem estar dos colaboradores. Todo mundo almoça, pode descansar depois do almoço, é bem confortável”.  

Divulgação

EXCELÊNCIA JUSTIFICADA

Dona Leila, juntamente com Ariani, são responsáveis pela produção. Mas à dona Leila é atribuído um papel especial que é o do relacionamento com o cliente. Ao contratar um evento, o contato prévio é fundamental para não apenas definir detalhes importantes como também para transmitir confiança à aquisição. Os clientes são recepcionados no Buffet, onde lhes é apresentada a cozinha e é feita a escolha do cardápio. “Muitas vezes o primeiro contato é por telefone e posteriormente por e-mail, mas a gente faz de tudo caso o cliente tenha disponibilidade de vir nos fazer uma visita. Para que possamos mostrar o nosso diferencial”.

Além dos encontros individuais, acontece duas vezes ao ano o Festival da Criatividade, um encontro semestral com o objetivo de incentivar a criação culinária. Todos os cozinheiros do grupo, chefes e ajudantes criam uma nova receita, que é premiada e pode ser incorporada ao cardápio. O 13º Festival da Criatividade foi realizado na última quarta-feira (13), e segundo Ariani, rendeu 50 novas receitas. “Foi um super evento que recebeu 500 convidados”, conta. Os clientes prestes a realizar eventos com o Buffet Leila Malouf também aproveitam o ensejo para degustar novidades e escolher pratos para aderir ao cardápio de sua festa. “Hoje eu digo que não crio mais nada sozinha”, pontua a chef, ressaltando a importância da criatividade na equipe.

DETALHES ESSENCIAIS

O Buffet Leila Malouf oferece toda a parte de materiais que compõem um evento: mesas, cadeiras, talheres, pratos. E como não podia ser diferente, todos os produtos são compostos por riqueza em detalhes e sofisticação, a exemplo das cadeiras Tiffany e Dior, exclusividades no segmento de locação. “É uma coisa que ninguém tem aqui em Cuiabá”, conta Ariani. Talheres de prata, “para atender a até 700 pessoas” e taças de cristal são opcionais imprescindíveis a uma festa de casamento dos sonhos. “Claro que muitas vezes a gente não consegue bater o preço com alguns concorrentes que não têm uma estrutura, porque aí fica difícil competir. Eu prefiro dizer que a gente compete com a nossa qualidade. E o preço, no fim das contas, pela tranquilidade que você vai ter, vale a pena”.

Para Ariani Malouf, empreender é: ACREDITAR

1.  Dicas para quem quer iniciar um empreendimento

Em primeiro lugar, tem que saber o que abrir e se o mercado comporta o tipo de negócio que se quer abrir. Porque às vezes a gente sonha com uma coisa, mas hoje em dia não adianta mais abrir qualquer coisa, porque o mercado não aceita isso. Ou você faz uma coisa de qualidade, ou em pouco tempo você está eliminado. Tem que estar bem estruturado, treinar a equipe antes, fazer um trabalho de qualidade. O atendimento hoje é tudo. Se um cliente vai em uma loja onde quer que seja e é bem atendido, pode até não encontrar a roupa que deseja, mas se ele tiver um super atendimento, ele volta, com a expectativa de encontrar, caso contrário, ele nunca mais vai aparecer. E com a gente é a mesma coisa. Ele vem aqui um dia, vai comer bem, mas se não for bem atendido, ele não volta mais. 
 
2.  O Custo Brasil é realmente um obstáculo para o empreendedor? 

Com certeza. Mais uma vez a gente aprende a sobreviver com isso. Hoje o que a gente paga de impostos, e todas as burocracias e leis trabalhistas das quais temos que nos enquadrar, custosas demais, que beneficiam apenas ao colaborador. É difícil para o empresário continuar. Hoje em dia tem que ter muito jogo de cintura. 

3.  O que é mais importante: dinheiro ou criatividade? 

O dinheiro é consequência da criatividade, de um trabalho bem feito. Naturalmente se a gente fizer tudo isso, e com controle, uma gestão bem feita, o dinheiro é uma consequência. 

4.  O que é mais difícil: fidelizar um cliente ou conquistar um cliente novo

Fidelizar é o mais difícil. porque hoje todo mundo tem várias opções, então se você não faz um trabalho diferenciado, ele não tem porque vir só aqui. E o vir pela primeira vez é natural, pela curiosidade. As pessoas vêm pela primeira vez. Mas voltar, e voltar e voltar, é difícil. você tem que surpreender. Não dá mais para fazer o feijão com arroz. 

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