Os investidores estão de sobreaviso por anúncios de novas tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, bem como monitoram eventuais notícias a respeito do impasse do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), em dia de agenda esvaziada de indicadores no mundo.
No foco fica a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em audiência na Câmara, que começou por volta das 10 hora e seguirá até a tarde. Dentre as afirmações, Galípolo disse que o BC tem de colocar juro em nível restritivo o bastante para atingir meta no horizonte.
O presidente do BC tem reforçado que a inflação está fora da meta - piso é de 3% e teto, 4,5%, e isso não é novidade para o mercado, diz Pedro Moreira, sócio da One Investimentos.
No exterior, destaque à divulgação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed) às 15 horas, sobre a decisão de política monetária de junho.
"Os mercados estarão atentos à possibilidade de que alguns diretores do FOMC tenham discutido a conveniência de começar a reduzir a taxa básica de juros já a partir deste mês de julho. No Brasil, o destaque será a divulgação, na 5ª- feira (dia 10), da inflação oficial de junho medida pelo IPCA-IBGE", cita em nota a LCA 4Intelligence.
Em meio a sinais de desaceleração da inflação e da atividade, tem surgido apostas de que o BC possa antecipar o início de queda da Selic do ano que vem para dezembro de 2025.
Para Moreira, da One Investimentos, o Ibovespa pode "melhorar", se o IPCA de junho vier nos moldes do IPCA-15 do mês passado, que mostrou alívio na inflação. "Cenário interno tende a melhorar se vier um IPCA positivo conforme o IPCA-15", diz, completando que, com o recuo das principais ações da carteira do Índice Bovespa - papéis ligados a commodities e de grandes bancos - fica difícil o indicador subir, mesmo com Nova York.
Ontem, o principal indicador da B3 fechou em queda - de 0,13%, aos 139.302,85 pontos - pela segunda sessão seguida, devido a anúncios de algumas tarifas, como para cobre por Trump. Hoje, o republicano prometeu divulgar medidas contra pelo menos sete países pela manhã e mais algumas à tarde. O presidente dos EUA ainda reiterou ameaça de uma tarifa adicional de 10% sobre países do Brics e possível sobretaxa à União Europeia ainda esta semana.
Para Gustavo Assis, CEO da Asset Bank, a queda do Índice Bovespa reflete a combinação de incertezas internas com a escalada de tensões externas, especialmente diante da sinalização do presidente americano, Donald Trump, sobre a aplicação de tarifas generalizadas aos países do Brics. "Isso pressiona ainda mais a percepção de risco em relação ao Brasil, em um momento em que já convivemos com juros elevados, fragilidade fiscal e insegurança jurídica", avalia Assis, em nota.
E o governo brasileiro tenta encontrar uma saída para o imbróglio do IOF. Ontem, os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, reuniram-se com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (SRI), além de líderes do governo, para buscar solução para o problema fiscal. Ainda nesta seara fiscal, o INSS estima em R$ 3,3 bilhões o valor necessário para devolver aos aposentados os descontos indevidos aplicados entre 2020 e 2025.
Às 11h24, o Ibovespa caía 0,61%, aos 138.453,48 pontos, ante mínima aos 138.204,48 pontos (-0,79%) e máxima em 139.330,70 pontos (alta de 0,02%), perto dos 139.302,85 pontos da abertura (variação zero). Petrobras cedia entre 0,55% (PN) e1,09% (ON); Vale recuava 0,70%; bancos cediam entre 1,40% (Itaú Unibanco PN) a 0,55% (Banco do Brasil ON).
(Com Agência Estado)
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