Tanto no mercado externo quanto no local, os investidores seguiram atentos aos desdobramentos da nova rodada de ofensiva comercial dos EUA, que atingiu 23 países nesta semana, com destaque para o Brasil. Por aqui, no entanto, a percepção de que pode haver uma solução menos drástica do que a tarifa de 50% anunciada para produtos brasileiros pode ter dado alívio à curva a termo no fim da sessão.
Encerrados os negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2026 oscilou de 14,936% no ajuste de ontem para 14,940%. O DI de janeiro de 2027 passou de 14,300% no ajuste da véspera para 14,330%. O DI de janeiro de 2028 marcou 13,615%, de 13,579% no ajuste anterior, e o DI do primeiro mês de 2029 ficou em 13,480%, vindo de 13,462% no ajuste antecedente.
Para Felipe Sichel, economista-chefe da Porto Asset, chama atenção que, apesar da pressão do lado externo, as taxas longas locais cederam. Sichel destaca que o juro do T-Bond de 30 anos aumentava mais de 9 pontos-base hoje, para 4,961%. "As indicações de que a retórica do governo brasileiro seria uma, mas a prática seria outra, podem ter se refletido sobre os preços", disse.
Durante cerimônia no Espírito Santo para anunciar o início dos pagamentos de programas de transferência de renda para agricultores e pescadores, o presidente Lula afirmou hoje "vai brigar em todas as esferas" para que a taxação dos EUA não se concretize. Segundo fontes ouvidas pelo Broadcast Político, nos bastidores, porém, o governo descarta, ao menos nos próximos dias, o uso de cadeia nacional de rádio e TV para se posicionar sobre o tarifaço. "Estamos em um momento de incerteza elevada e fluxo de notícias relevante. Parte do desafio é dissociar a reação política da diplomática e avaliar como as coisas vão se equilibrar", diz Sichel.
No saldo semanal, aponta a equipe econômica do Santander, a curva de juros local teve ascensão espalhada por todos os vértices, com ganhos de inclinação. Para o banco, o movimento teve como influências a escalada da tensão comercial e a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed). "O documento reforçou uma postura ainda cautelosa do Fed, exigindo mais evidências de convergência sustentada da inflação à meta antes de iniciar cortes", afirma o banco. O início do ciclo de flexibilização monetária nos EUA é um dos fatores decisivos para que o BC brasileiro possa fazer o mesmo por aqui.
Considerando o mercado de opções digitais de Copom negociadas na B3, a precificação da trajetória da política monetária teve leve mudança na semana, de acordo com o Santander: para a próxima reunião do colegiado, no fim de julho, a probabilidade de manutenção da Selic está em 85%, enquanto a chance de nova elevação de 0,25 ponto porcentual é de 10%.
(Com Agência Estado)
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.