A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 fechou em 14,910%, de 14,821% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2027 subiu de 14,21% para 14,36%. O DI para janeiro de 2029 encerrou com taxa de 13,79% (de 13,62%) e a do DI para janeiro de 2031 avançou de 13,76% para 13,93%.
A aposta de manutenção da Selic nos atuais 14,75% no Copom de junho parecia consolidada até dias atrás, mas veio perdendo força nas últimas sessões, especialmente a partir da leitura dos números do Caged e da Pnad Contínua de abril, num ambiente de estímulo fiscal via consignado privado.
Segundo o gestor de renda fixa da Porto Asset, Gustavo Okuyama, dentro desse contexto de indicadores mais fortes da atividade, há também percepção de que os diretores do Banco Central estão com uma postura mais cautelosa, em recentes reuniões com participantes do mercado, "o que conversa um pouco com a postura que a gente observou do Galípolo segunda-feira".
Na segunda-feira, em evento em São Paulo, Galípolo reiterou que o momento é de cautela e que a autoridade monetária esperará as informações da economia para definir se a taxa de juros está suficientemente contracionista. "Seguimos em uma economia que tem apresentado uma resiliência surpreendente", disse.
Na curva do DI, o economista-chefe do banco Bmg, Flávio Serrano, informou que a precificação para a reunião de junho é de 18 pontos-base, ou seja 72% de chance de aumento de 25 pontos e 28% de probabilidade de Selic estável. Ontem, a chance de manutenção era de 52% e a de avanço de 25 pontos, de 48%. A curva voltou a apontar Selic terminal nos 15%, mais precisamente em 15,10%.
O economista-chefe da Terra Investimentos, João Mauricio Rosal, acrescenta as preocupações com o lado fiscal no rol de fatores a deixar o mercado mais cauteloso, embora hoje não tenham surgido notícias concretas sobre as alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). "O noticiário recente é preocupante. Haddad parece estar catando migalhas, tentando angariar receitas não recorrentes. Não à toa cresceu a possibilidade de nova alta da Selic", disse.
O exterior também pesou na curva longa, com as indicações do BCE no radar. "O Banco Central Europeu reduziu o juro em 25 pontos-base, mas adotou uma postura mais 'hawk', mais preocupada com efeitos das tarifas na inflação, com o pacote alemão de gastos. O mercado está revendo o que vai ser o ciclo monetário por lá. Temos hoje um movimento global de taxas de juros pressionadas, desde a Europa, emergentes de forma geral, com um 'price action' muito similar de juros pressionados e a moeda resiliente", argumenta Okyuama.
(Com Agência Estado)
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