Já os vencimentos e intermediários e longos, que abriram a sessão em queda, passaram a operar em leve ascensão na parte da tarde, em movimento visto como contido pelos agentes e possivelmente relacionado a ajustes técnicos. Em sentido oposto, o recuo dos rendimentos dos Treasuries e o bom comportamento do câmbio podem ter ajudado a atenuar uma abertura mais expressiva da curva a termo.
Encerrados os negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 subiu de 13,838% no ajuste anterior a 13,880%. O DI para janeiro de 2029 oscilou de 13,069% no ajuste de quarta a 13,080%. O DI para janeiro de 2031 marcou 13,375%, vindo de 13,369% no ajuste antecedente.
No comunicado que acompanhou a decisão de quarta, 05, de manter a Selic em 15%, o Copom adotou mudanças avaliadas como tênues em relação ao documento de setembro, mas contrariou expectativas de uma ala do mercado que aguardava a retirada do advérbio "bastante" que acompanhava o termo "prolongado", como sinalização do horizonte em que a taxa básica vai ficar no patamar atual.
O comitê mostrou confiança de que a atividade econômica está em rota de desaceleração e de que a permanência do juro básico em patamar restritivo será suficiente para a convergência da inflação à meta de 3%, além de ter reconhecido que há um processo de melhora da dinâmica de preços corrente. Mas observou que a inflação cheia e as medidas subjacentes continuam desancoradas em relação à meta, e que o mercado de trabalho ainda mostra "dinamismo".
"O BC ainda vê a necessidade de a Selic permanecer em 15% por um tempo bastante prolongado, o que provoca um novo equilíbrio de probabilidades à frente, esvaziando as chances de corte no primeiro trimestre de 2026, ainda que esta permaneça com probabilidade dominante, e aumentando as chances de o ciclo iniciar no segundo trimestre", afirma Ian Lima, gestor de renda fixa da Inter Asset.
Estrategista-chefe da EPS Investimentos, Luciano Rostagno observa que, de acordo com a precificação da curva a termo, os cortes previstos para janeiro de 2026 passaram de 12 pontos-base na parte da manhã para 9 pontos-base por volta das 15h30. Na quarta, a redução implícita estava em 14 pontos-base.
"As mudanças que ocorreram no comunicado foram sutis, mas na direção de um Copom mais comprometido em trazer a inflação ao centro da meta e indicando que a Selic deve ficar elevada ainda por período prolongado", afirma Rostagno. O estrategista mantém seu cenário-base de início de flexibilização monetária no primeiro mês do próximo ano, mas avalia que o texto do Copom foi o maior driver para a elevação dos juros futuros curtos nesta quinta.
"Não houve nenhum driver relevante para as curvas, à exceção do Copom, e o movimento nos juros longos me pareceu bem marginal", concorda Laís Costa, analista de renda fixa da Empiricus Research. "O comunicado de quarta do Copom 'limpou' as estimativas mais otimistas de queda dos juros", acrescenta.
Já nos vértices intermediários e longos, Marianna Costa, economista-chefe da Mirae Asset, não viu possíveis catalisadores para a abertura dos Dis nesta quinta, que foi tímida. "Não há outras notícias no radar, salvo o Copom. Pode ser ajuste técnico", avalia.
(Com Agência Estado)
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