"Eu sou o primeiro a assumir um Banco Central autônomo e, tendo vindo da Secretaria-Executiva da Fazenda, eu tenho um zelo ainda maior, isso amplifica o meu zelo, pela devida separação institucional da política monetária e do Ministério da Fazenda, do Ministério do Planejamento e das competências de cada uma delas", comentou Galípolo.
Na quinta-feira, o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, disse, durante entrevista coletiva, que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teria discutido mudanças no IOF com Galípolo. Horas depois, Haddad foi ao X contradizer seu número 2, afirmando que nenhuma medida fiscal havia sido "negociada" com a autarquia.
Em um evento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta sexta-feira, Galípolo elogiou as declarações do ministro. "Quando ele fala que não há negociação com o Banco Central ou que não há revisão por parte do Banco Central em medidas que são tomadas pelo Ministério da Fazenda, é absolutamente perfeito: o ministro da Fazenda demonstrando o zelo que ele tem pela questão institucional de cada um dos mandatos", disse o banqueiro central.
Ele defendeu ainda que é necessário haver "diálogo, harmonização e troca de informações" entre BC e governo, mas com separação institucional de mandatos e competências, repetindo que considera estranho, a nível pessoal, votar em temas relativos ao governo no Conselho Monetário Nacional (CMN). Ainda destacou que a separação institucional não implica relações pessoais.
"Já estou no Banco Central há quase dois anos e tenho certeza que, ao longo desses dois anos, diversas das medidas que tomei, seja no Comitê de Política Monetária, talvez não seria a mesma decisão que algum outro membro de qualquer outro ministério, autarquia ou do governo poderia ter tomado. Isso, de maneira nenhuma, abala as relações institucionais ou pessoais mesmo. Acho que isso corresponde ao bom funcionamento institucional", afirmou Galípolo.
O presidente do BC também disse que a função da autarquia, em relação à política fiscal, é observar seus efeitos na inflação e reagir à alta de preços.
(Com Agência Estado)
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