O mercado digere o detalhamento da decisão do último Comitê de Política Monetária (Copom) por meio da ata divulgada mais ceso. Além disso, o compasso é de espera devido ao discurso esperado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da ONU, além de preocupações fiscais e a expectativa em relação a novas falas do Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, às 13h45.
A ata da última reunião do Copom reforçou o tom vigilante da autoridade monetária e reiterou que, diante das incertezas fiscais e da pressão das expectativas de inflação, a política monetária precisará permanecer em patamar contracionista por um período prolongado. A menção explícita à cautela diante dos impactos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil adiciona um elemento de risco que repercute sobre o câmbio.
Além da ata do Copom e do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da terceira quadrissemana do mês - que subiu 0,33%, após alta de 0,06% na 2ª quadrissemana -, às 10h30 será publicada a arrecadação federal de agosto. A mediana das expectativas do mercado colhidas pelo Projeções Broadcast é de R$ 214,5 bilhões de tributos arrecadados (com intervalo entre R$ 207,2 bilhões e R$ 219,3 bilhões).
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concedeu também entrevista ao ICL Notícias. Ele começou criticando a possibilidade de impor tarifas a commodities e a consequência disso para o custo aos americanos. Ele comentou também que disse a Lula que 2/3 das exportações aos EUA não são afetadas.
O pano de fundo político também está no foco. O Congresso Nacional discute projetos sensíveis, como a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda e a Medida Provisória do tarifaço, enquanto o Supremo Tribunal Federal mantém em pauta julgamentos ligados aos atos de 8 de janeiro.
No âmbito externo, os investidores acompanham a abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, com os discursos de Lula e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O mercado espera tom mais duro do líder brasileiro em resposta às recentes retaliações impostas por Washington, aumentando a expectativa de reação imediata de Trump. O risco de agravamento das tensões diplomáticas pode pesar sobre o real, sobretudo diante da sensibilidade do fluxo cambial.
Na terça, 22, o dólar à vista fechou em alta de 0,32%, a R$ 5,3381. Já o dólar futuro para outubro terminou em baixa de 0,04%, a R$ 5,3450.
(Com Agência Estado)
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